Vila-realense vai traçar as metas para o futuro do país

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Mário Centeno admitiu ontem que pode vir a fazer parte de um Governo liderado por António Costa

O economista, de 48 anos, é natural de Vila Real de Santo António, onde também estudou. Segundo filho de uma funcionária dos CTT e de um bancário, Mário Centeno foi considerado um “aluno brilhante” desde o início do seu percurso escolar.

O avô de Mário Centeno era também uma figura muito conhecida neste município algarvio, pois foi proprietário de um restaurante muito famoso até aos anos 70 (Restaurante Joaquim Gomes).

Mário Centeno mudou-se aos 15 anos para Lisboa, onde, com os três irmãos, continuaria os estudos. O currículo e a licenciatura em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), concluída com 16 valores, valeram-lhe a entrada em Harvard.

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Segundo a revista Visão, a prestigiada universidade norte-americana aceitou-o em 1995, depois de lhe atribuir um “percentil de 99%” ao avaliar a sua candidatura.

Regressou a Lisboa com a mulher e os três filhos em 2000, onde ingressou no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, tendo sido nomeado diretor-adjunto do departamento quatro anos depois, cargo que ocupou até ao final de 2013.

Desde o início de 2014 é consultor especial do conselho de administração do BdP, depois de ter concorrido ao cargo de diretor e não ter sido considerado.

É ainda professor no Instituto Superior de Economia e Gestão e na Universidade Nova de Lisboa.

Centeno disponível para a pasta das Finanças

No final de uma entrevista ontem à noite na RTP 3, Mário Centeno admitiu que pode vir a fazer parte de um Governo liderado por António Costa. O nome do economista é dado há vários dias para o cargo de ministro das Finanças e, pela primeira vez, Centeno assume publicamente poder aceitar um convite nesse sentido.

“A minha disponibilidade de participar nesta aventura deste debate intelectual pode ter esse espaço”, disse Mário Centeno, que no seu currículo não conta com cargos políticos.

Centeno liderou o grupo de economistas do PS que preparou o quadro macroeconómico que serviu de suporte ao programa eleitoral e ao programa de Governo, sendo apontado como futuro ministro de um Executivo de António Costa, caso o Presidente Cavaco Silva convide o líder socialista a formar um Executivo.

Na entrevista de ontem à RTP3, Mário Centeno foi com uma mensagem recorrente: o programa do PS “vira a página da austeridade”, mas de forma controlada e responsável, e que permite cumprir com os tratados europeus.

“É importante que as pessoas percebam o impacto negativo muito significativo que as medidas de austeridade tiveram, de destruição da capacidade produtiva e no rendimento. Se quisermos recompor o tecido económico português, é preciso dar estímulos. Não há aqui distribuição de dinheiro, o dinheiro é das pessoas.”

Mário Centeno afasta ainda o cenário de Portugal seguir o caminho da Grécia com políticas de alívio da austeridade e que com o programa do PS não há risco de novo resgate: “Por causa das políticas que estão neste documento? Não. Com certeza que não”. O responsável socialista responde às comparações com a Grécia com a “imaginação” dos jornalistas internacionais. “Não consigo conter a imaginação dos jornalistas internacionais”.

Nuno Couto/JA

(com Rede Expresso)

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