Vítor Aleixo pede ao Governo alteração da forma de cálculo de infetados

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O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, apelou em conferência de Imprensa ao Governo e às autoridades de Saúde a alteração da forma de cálculo dos casos positivos de covid-19 e o aceleramento da vacinação no Algarve.

Após as medidas anunciadas pelo Governo no Conselho de Ministros de quinta-feira, que obriga o concelho de Loulé a regredir no desconfinamento e a aplicar regras como o encerramento de restaurantes às 22:30, Vítor Aleixo manifestou a sua discordância e lamenta “as consequências das decisões que afetam fortemente a atividade económica da região”.

Segundo o Governo, Loulé está na lista dos concelhos que não avançam no plano de desconfinamento por registar uma segunda avaliação consecutiva com uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

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O executivo de Loulé voltou a destacar o “erro que persistentemente tem vindo a ser repetido pelas autoridades de saúde pública”, que estará a “aplicar mal o rácio para calcular o número de casos positivos”.

“Tínhamos, há uma semana atrás, uma situação que não sendo boa, era apesar de tudo, aceitável e permitia ao tecido empresarial do nosso concelho alimentar esperança para o futuro”, refere.

Segundo Vítor Aleixo, atualmente “o sentimento é de enorme preocupação” e apresenta uma solução de alteração da forma de cálculo utilizada pelo Governo: os casos nacionais detetados deviam ser atribuídos ao concelho onde as pessoas residem e não onde são detetados e, por outro lado, deveriam ser contabilizados todos os visitantes estrangeiros que estão nos hotéis como população do concelho.

Desta forma, “os números serão totalmente diferentes” e “nem sequer é difícil” fazer a contabilização de turistas, uma vez que “todas as unidades hoteleiras sabem, ao dia, quantos são os residentes estrangeiros que estão a ocupar as suas instalações.

“Bastava, todos os dias, reunir esses números e comunica-los, por exemplo, à Região de Turismo do Algarve ou à Câmara Municipal de Loulé” e, posteriormente, esses dados eram entregues à autoridade de saúde regional.

Com isto, Vítor Aleixo considera que “de certeza absoluta que iríamos ter uma incidência muito menor” do que a atual, que torna o concelho de Loulé numa zona de risco elevado, tal como Albufeira, enquanto Lagos está em alerta.

Durante a conferência de Imprensa, na qual o JA esteve presente, o autarca de Loulé apelou ainda ao Governo que acelere a vacinação no concelho e na região algarvia.

“Seria uma medida muito positiva, porque permitiria transmitir, por um lado, um sentimento de aumento de segurança e permitiria a resiliência da região em face da pandemia. Nós somos das regiões do País mais aberta e mais exposta à circulação com a Europa e o mundo. Somos uma região muito aberta e, por essa abertura de natureza fortemente turística do nosso concelho, nós estamos mais expostos a aumentar o número de casos”, acrescenta.

loule vitor aleixo aquashow 2

Se a fórmula de cálculo do Governo não for alterada, o autarca garante que será uma decisão “muito penalizadora” para o seu concelho e para Albufeira, principalmente para a atividade económica, e que “na próxima semana, muito provavelmente, iremos ter mais concelhos” algarvios com este problema.

“Esta situação não pode continuar e tem de ser alterada. Mais de três milhões de portugueses já estão vacinados e os casos que acorrem aos hospitais não pressionam tanto as estruturas de saúde. Já não se justifica este tipo de medidas de andar para trás. É altura de olharmos mais para a economia, porque há condições para que assim se faça, porque o País, uma comunidade com uma economia bloqueada e sem horizontes de esperança à vista, não vai funcionar bem”, salienta.

Segundo o autarca, “há uma enorme preocupação e angústia por parte dos empresários do concelho de Loulé” e “o Algarve não aguenta outro período de restrições”, voltando a apelar “para que, rapidamente, o que há a mudar, há que mudar, há que alterar, enquanto é tempo útil para o fazer”.

Após a conferência de Imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Loulé foi questionado pelos jornalistas se era necessária a demissão da Diretora Regional de Saúde, Ana Cristina Guerreiro. A resposta foi negativa, voltando a dizer que “basta que alterem o cálculo do rácio e isso resolve os problemas”.

“Toda a região está unida neste apelo às autoridades e ao Governo, para que sejam revistos os critérios que determinam decisões como a que foi tomada na quinta-feira, com a qual estamos em desacordo completo”.

Para Vítor Aleixo, o Algarve “vive fundamentalmente do turismo” e “dá um contributo importantíssimo para o Produto Interno Bruto nacional”.

Com o parque aquático Aquashow, em Quarteira, como cenário e de portas fechadas devido à regressão do concelho de Loulé no plano de desconfinamento, o autarca esteve acompanhado por dezenas de empresários “de peso”.

Referindo setores económicos como a restauração, cafés e esplanadas, “que têm um peso muito importante”, Vítor Aleixo destaca que “faz toda a diferença entre fechar às 22:30 e fechar às 01:00”, que pode resultar num “efeito económico devastador”.

Além de uma “representação muito significativa dos empresários do concelho”, estiveram também presentes os presidentes das Juntas de Freguesia de Almancil e Quarteira.

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