“A cidadania não se esgota no ato eleitoral”

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Paulo Ribeiro, da organização da “Marcha dos Indignados” no Algarve, em entrevista ao JA

No passado sábado, 15 de outubro, as ruas capital algarvia receberam a “marcha dos indignados” em sintonia com marchas realizadas em vários pontos do país e do mundo. Entre 2500 e 3000 pessoas saíram à rua para reivindicar uma democracia participativa efetiva, transparência nas decisões políticas e o fim da precariedade de vida sob o lema “A democracia sai à rua”. O JA entrevistou um dos organizadores deste protesto no Algarve, Paulo Ribeiro

Jornal do Algarve – Qual o balanço deste 15 de outubro em Faro?
Paulo Ribeiro – Será sempre positivo. Mesmo que só estivessem duas pessoas, continuaria a ser positivo.
JA – Quais os motivos que as pessoas apresentaram com maior frequência para a sua indignação?
PR – O serem tratadas como simples números e não como pessoas pelos nossos Governantes. A injustiça social. Não permitir de forma alguma a privatização dos Serviços Públicos essenciais para todos, nomeadamente da educação e da saúde e até da água que é de todos. A falta da responsabilização sobre a dívida do Estado Português. Enquanto são exigidos sacrifícios ao povo, os nossos governantes continuam com as suas mordomias.
JA – Na sua opinião, em Portugal as manifestações surtem efeito?
PR – Ninguém, consciente, pensará que o efeito é imediato, nada se faz, neste contexto, de um dia para o outro. Por exemplo: alguém pensaria no dia 13 de março de 2011 que seria possível o manifesto global do 15 de outubro? Estamos perante manifestações diferentes daquelas a que estávamos habituados, manifestações que não são organizadas por partidos ou sindicatos.
JA – Quais as consequências a nível nacional ou regional que consideram ser resultantes deste movimento e destas manifestações pacíficas, laicas e apartidárias?
PR – Quero realçar que em Faro foi um “coletivo” de cidadão e movimentos e não só o movimento ao qual tenho o orgulho de pertencer. O aumentar da consciencialização de que a cidadania não se esgota no ato eleitoral e que todos os cidadãos tem o dever fiscalizador dos atos governativos. Também se podem manifestar sem medos, receios ou manipulados por alguém. É urgente darmos as mãos para levantar Portugal. Foi possível no 15 de outubro unir vários movimentos e associações num objetivo comum.
JA – Quais os objetivos que consideram não alcançados e porquê?
PR – O objetivo foi alcançado: trazer pessoas para a rua, pacificamente, manifestando o desagrado pelas más políticas e do estado a que chegamos em Portugal.
JA – Qual a mensagem que pretendem passar ao público em geral e quais as mensagens que desejam passar ao Governo Português?
PR – Não existindo um (…)

JA/SCS
[entrevista publicada na íntegra na edição papel do Jornal do Algarve de 20 de outubro de 2011]
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