Mais de uma dúzia de britânicos e um punhado de americanos estarão entre os militantes do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) que são referidos em documentos do grupo jiadista obtidos por agentes secretos alemães na Síria e a que a “Sky News” teve acesso.
Diz o “The Guardian” que as identidades dos 16 britânicos referenciados entre os mais de 22 mil nomes já tinham sido reveladas. A maioria já morreu, tendo sido abatidos em ataques aéreos da coligação liderada pelos EUA — caso de Junaid Hussain e Reyaad Khan — com os restantes em parte incerta.
Thomas de Maizière, ministro alemão do Interior, já confirmou a veracidade dos documentos em causa, dizendo que a sua revelação irá facilitar “investigações mais rápidas e claras e sentenças de prisão mais estritas” para os que constam da lista e que decidam regressar da Síria e do Iraque. Os materiais, acrescentou De Maizière, ajudam também a clarificar “as estruturas subjacentes desta organização terrorista”.
Um porta-voz do BKA, a polícia federal alemã, confirmou que a agência tem em sua posse um conjunto de documentos cuja autenticidade já foi comprovada por especialistas, mas escusou-se a referir como é que os documentos foram obtidos ou quantos nomes são referidos neles.
Os documentos em questão são questionários de 23 perguntas com as respetivas respostas de cada aspirante a recruta. Dessas respostas constam dados como os nomes, data e local de nascimento, cidade onde habitavam antes de se juntarem à Jihad, número de telefone, grau académico e tipo sanguíneo. Não é para já certo se há cidadãos portugueses entre os mais de 22 mil nomes.
De acordo com a “Sky News”, que avançou a notícia, os documentos foram fornecidos por um militante do Daesh “desiludido”, entrega feita diretamente a um correspondente do canal numa passagem fronteiriça da Síria.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)