Algarve persegue obras saqueadas pelos ingleses há 420 anos

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O conde de Essex, Robert Devereux (na imagem), e os seus corsários atacaram impiedosamente a cidade de Faro. Depois levaram para Inglaterra o valioso espólio do bispo do Algarve

Esta história é real e é de um corsário inglês que incendiou e saqueou a cidade de Faro, há 420 anos, levando para Inglaterra o valioso espólio da biblioteca do bispo do Algarve, que já naquela altura era considerado um homem muito à frente do seu tempo. Em 2016, o investigador José António Martins pretende seguir o rasto dos livros roubados até Oxford, para localizar e estudar as obras, algumas delas raras e muito importantes para compreender a história do Algarve e até do mundo

D. Fernando Martins Mascarenhas foi bispo do Algarve entre 1596 e 1611. Era um homem de grande cultura e um dos melhores teólogos do seu tempo
D. Fernando Martins Mascarenhas foi bispo do Algarve entre 1596 e 1611. Era um homem de grande cultura e um dos melhores teólogos do seu tempo

O início desta história remonta a uma manhã solarenga de julho, no ano de 1596, mas o caso ainda hoje agita historiadores e investigadores e está por resolver. Naquele verão, Portugal estava sob domínio espanhol e era governado por Filipe II Espanha (I de Portugal), que estava em conflito com Inglaterra. O conde de Essex, Robert Devereux, acompanhado pelos seus corsários, dirigiram-se a Faro e atacaram impiedosamente a cidade. Após a pilhagem, atearam fogos por todo o lado, destruindo igrejas, conventos e muitas habitações.

José António Martins quer encontrar e estudar a livraria saqueada em Faro, há mais de 400 anos. “Procuro saber o que na realidade se encontra em Oxford e que livros são estes que todos dizem ser importantes. Na realidade, alguns são mesmo únicos”
José António Martins quer encontrar e estudar a livraria saqueada em Faro, há mais de 400 anos. “Procuro saber o que na realidade se encontra em Oxford e que livros são estes que todos dizem ser importantes. Na realidade, alguns são mesmo únicos”

“Trata-se de um dos acontecimentos mais significativos durante os 22 anos que D. Fernando Martins Mascarenhas foi bispo do Algarve (1596-1611)”, salienta o investigador algarvio José António Martins, que está a iniciar uma “cruzada” em 2016 para localizar e estudar os livros saqueados e, assim, “encontrar respostas a questões que têm mais de 20 anos”…

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(Toda a reportagem na última edição do JA – dia 21 de janeiro)

Nuno Couto

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2 COMENTÁRIOS

  1. Talvez uma conversa descontraida,na esplanada do Restinga (Mar),apelando à costela Algarvia do João Soares – actual Ministro da Cultura, desse uma ajudinha.

    • Obrigado pela sua sugestão. Como investigador vou enviar um pedido de apoio ao senhor Ministro da Cultura. Contudo, gostaria de alargar a todos os algarvios e aqueles que gostam destes temas o meu pedido de colaboração. No estado atual das nossa economia e finanças, sei que existem outras prioridades.Mas se formos a pensar que não se faz isto ou aquilo à espera de melhores dias, nada se faz. Todos os contributos são necessários e bem vindos. Divulguem.
      Obrigado
      Jmartins

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