Aluna e mãe acusam professor de agressões em Faro

O JA contactou a direção da escola farense, que diz desconhecer “quem é a encarregada de educação, a aluna e o professor de Ciências”

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Uma aluna do sétimo ano da Escola E. C. 2, 3 Santo António, em Faro, denunciou na semana passada um professor por vários tipos de comportamentos estranhos, além de outras atitudes agressivas para com a encarregada de educação, segundo foi relatado ao JA.

Desde o mês de outubro que a estudante de 15 anos “apresentava um comportamento diferente em casa”, o que causou alguma estranheza por parte da sua mãe, além de estar “um pouco distante da família”, conta a sua progenitora.

Já no dia 14, segundo a encarregada de educação, a aluna pediu à sua mãe para falar com o professor, também diretor de turma, para “não voltar a apertá-la” nos braços e no tronco, depois de ter ido buscá-la à escola e a menina ter começado a chorar.

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“Os apertos acontecem quando a menina está sozinha com o professor, no final das aulas, na própria sala. Chega aos dias em que ela tem aulas com este professor e ela não quer ir à escola”, explica ao JA.

Por e-mail, a encarregada de educação pediu ao professor “para que ele não pedisse nem estivesse sozinho” com a aluna “porque a deixava desconfortável”, acrescenta.

“A minha filha disse-me que o professor queria falar com ela numa sala, dentro da escola, mas sozinha. Disse ao professor através de e-mail que quando fosse necessário falar com a minha filha que falasse comigo ou na presença de outra professora mulher”, conta ao JA.

A progenitora afirma ainda que a aluna disse que o professor falava com ela “de coisas comuns” como de onde é que ela veio, qual era o seu nome e quem era o seu namorado, além de lhe lançar olhares estranhos de alto a baixo, justificados pelo docente como leitura de linguagem corporal.

Em resposta ao e-mail, a mãe conta que o também diretor de turma disse que “vários professores queixavam-se que a aluna era tímida” e que apenas fazia esse tipo de perguntas “para tentar fazer com que ela tenha amigos”, uma vez que chegou recentemente àquela escola.

“Eu não quero um professor a falar desse tipo de intimidades com a minha filha”, disse a mãe ao JA.

Nesse mesmo dia, após uma troca de e-mails e uma chamada telefónica com o professor, foi combinada uma reunião na escola, acompanhada pelo atual companheiro da encarregada de educação e por outra docente “que diz ser da direção”, segundo a mãe.

Ao JA, a encarregada de educação acusa a professora e membro da direção da escola de “falar num tom elevado” e de ordenar a mãe e o seu companheiro saírem da sala “senão chamava a polícia”, após a situação “estranha” entre o professor e a sua filha ter sido referida.

Nesse momento, a encarregada de educação conta que disse que também iria chamar as autoridades, ao mesmo tempo que o professor tentava acalmar os ânimos na sala e que a outra docente chamava a mãe da aluna de “estúpida”.

A reunião termina quando a encarregada de educação e o seu companheiro levantam-se e dizem ir a tribunal, sendo bloqueada a sua passagem pelo professor que exigiu ver os e-mails trocados, segundo a mãe da menina.

Quando a mãe da aluna pegou no telemóvel, o professor agarrou-a e “apertou a mão” direita, causando-lhe “dor e edema”, refere.

A encarregada de educação, grávida, conta que tentou soltar-se, ao mesmo tempo que o professor agarra-a “nos ombros e nos braços” e ainda “levanta os braços” para que não saiam da sala, até que consegue pegar no telemóvel da mãe da aluna.

“Pela forma como a senhora reagiu, ou ela já sabia antecipadamente deste problema ou então já houve situações destas que eles tentaram abafar”, salienta.

Quando a reunião terminou, a encarregada de educação dirigiu-se ao Tribunal de Faro, onde ela e a sua filha foram ouvidas e foram apresentadas duas queixas-crime, tendo de seguida ido ao hospital para tratar dos ferimentos na mão.

A encarregada de educação acrescenta ainda que o professor e o membro da direção da escola foram “extremamente mal educados”.

“Não tenho a certeza até onde é que as coisas chegaram. A minha filha vai ser acompanhada por uma psicóloga”, conclui.

O JA contactou a direção da escola farense, que diz desconhecer “quem é a encarregada de educação, a aluna e o professor”.

“Não temos nenhum relato de nenhum aluno em relação a queixas sobre qualquer professor”, acrescenta o diretor Carlos Luís.

A direção refere ainda que não existe “nenhum relato de nenhuma encarregada de educação relativamente a alguma situação que se assemelhe ao relatado”.

Já na passada sexta-feira, dia 17 de novembro, a encarregada de educação reuniu-se com a Direção Regional de Educação do Algarve para expor esta situação, que agora irá ser investigada e pode terminar com o afastamento urgente do professor em causa.

Mãe acusa escola de ignorar casos de bullying e agressão

Uma encarregada de educação de um aluno de 12 anos da mesma escola acusou em outubro deste ano a direção do estabelecimento de ensino de “assobiar para o lado” relativamente a casos de bullying e agressões que têm ocorrido dentro do recinto escolar. Apesar da Polícia de Segurança Pública confirmar a queixa desta mãe, a direção da escola disse ao JA que desconhece o caso e não foi informada acerca do mesmo.

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