Mãe acusa escola de Faro de ignorar casos de bullying e agressão

O Comando Distrital de Faro da PSP confirma a queixa

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Uma encarregada de educação de um aluno de 12 anos da escola E. B. 2, 3 Santo António, em Faro, acusa a direção do estabelecimento de ensino de “assobiar para o lado” relativamente a casos de bullying e agressões que têm ocorrido dentro do recinto escolar. Apesar da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmar a queixa desta mãe, a direção da escola disse ao JA que desconhece o caso e não foi informada acerca do mesmo.

O problema do estudante do quinto ano de escolaridade relativamente ao bullying e às agressões “já tem vindo a suceder desde há dois anos”, disse a mãe, que prefere não ser identificada, ao JA.

“O meu filho, pelas 16:25 do dia 9 de outubro, saiu das aulas e foi agredido brutalmente por cinco colegas, dentro da escola. Chegou ao pé de mim com as pernas abertas e com a testa vermelha”, começa por contar.

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Assim que a criança chegou a casa, “fechou-se no quarto e à hora de jantar, com os olhos quase em lágrimas, pediu-me um Benuron. Perguntei porquê e ele disse que não podia dizer, porque senão ficava de castigo. Acabou por contar que foi agredido na escola com pontapés na cabeça, nas partes íntimas e nas pernas”.

“No mesmo dia fui com ele ao hospital e depois dirigi-me à PSP para apresentar queixa. Na manhã seguinte foi ouvido pela secção de Investigação Criminal. O meu filho consegue identificar os agressores, apesar de não saber o nome de três deles. É um grupo de três raparigas e dois rapazes, duas delas que já frequentaram a mesma turma do meu filho”, acrescenta.

Segundo a mesma fonte, a PSP irá agora à escola “averiguar e identificar os agressores”.

“O ano passado já tinha sido falado com a diretora, que afirmou que nunca mais iria acontecer. Tem sido todos os anos a mesma batalha e a mesma guerra. Tento falar com os diretores mas eles não ligam nenhuma. Nada foi resolvido e este ano optei por nem falar com ela e dirigi-me à PSP”, conta.

A mãe revela ao JA que o seu filho “não bate, é uma criança que tem medo de tudo” e que “se for preciso ele é agredido, chega a casa e nem diz nada”.

“O meu filho leva dinheiro para a escola, mas acaba por ser roubado muitas vezes. O ano passado já tinham agredido e partiram-lhe os óculos e o telemóvel, cujos danos não foram pagos. As funcionárias dizem que não sabem de nada, mas passam os dias à conversa e a mexer no telemóvel, enquanto as crianças andam a agredir-se umas às outras”, salienta.

Contactada pelo JA, o Comando Distrital de Faro da PSP confirma a queixa e refere que “já foi dado a conhecer o caso à Escola Segura, que agora estão a perceber as diligências”.

Já a coordenadora do estabelecimento, Sofia Rodrigues, disse ao JA que “relativamente a esse episódio, o que temos referido é que não tivemos conhecimento absolutamente nenhum dessa situação”.

“O menino não se queixou de nada à diretora de turma e estava tudo bem com ele em termos de integridade física. Essas acusações que a senhora faz e que relata, nós desconhecemos completamente. O menino nunca se dirigiu a nós a pedir ajuda”, acrescenta.

A coordenadora refere ainda que “o menino esteve na escola até às 16:30 e estava tudo bem com ele. Não pediu ajuda a ninguém e não referiu que o tivessem agredido. Não sei de onde é que vem essa história. Não chegou a nós, porque se tivesse chegado nós tínhamos atuado. São casos que nos preocupam muito enquanto responsáveis pelo estabelecimento”.

Sofia Rodrigues disse ainda que por enquanto ainda não houve nenhum pedido de informação por parte da PSP”.

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