António Miguel Pina quer mais espaço para desenvolver atividade aquícola na região

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O presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, defendeu que é preciso criar mais espaço para desenvolver a atividade aquícola na região do Algarve, durante o seminário “Setor do Mar em Olhão e no Algarve – Ameaças e Oportunidades”, organizado pelo Gabinete de Apoio ao Empresário (GAE) da autarquia olhanense, no Auditório Municipal de Olhão, no âmbito do Dia Nacional do Mar, e onde também marcou presença o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário.

António Miguel Pina destacou que, entre 2014 e 2018, Olhão “passou do concelho com a maior taxa de desemprego da região, para aquele que tem a segunda menor taxa. Ou seja, surgiram novos postos de trabalho, ligados ao turismo e ao mar”. O autarca, para quem as pescas sofrem grandes ameaças, defende que “temos um setor com grande futuro mas que não poderá crescer se não olharmos para os instrumentos de gestão do território”.

Teresa Almeida, a gestora do programa Mar 2020, referiu a importância de “aproveitar da melhor forma os recursos que o mar tem e é por isso que o Mar 2020 existe, já tendo apoiado muitas iniciativas” nesta área. “No Algarve temos 264 projetos aprovados, sendo que 83 deles são em Olhão”, revelou aquela responsável.

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A visão de quem trabalha no setor foi dada por Jorge Ferreira (Conserveira do Sul), Jorge Dias (Sparos), João Navalho (Necton), João Bastos (SunConcept), Rui Fonseca (Algarfresco), Marta Rocha (Cooperativa Formosa), Fernando Gonçalves (Associação Portuguesa de Aquacultores – APA), Miguel Cardoso (Olhãopesca) e Rui Roque (Nautiber).

Se a Conserveira do Sul aposta na mão de obra pouco mecanizada, a Sparos atua num nicho de mercado muito específico: alimentos para aquacultura, gerando emprego jovem e qualificado. Já a Necton contribui grandemente para que 98% do sal consumido a nível nacional seja produzido e embalado em Olhão.

Na SunConcept aposta-se na energia limpa. Esta empresa de construção naval produz barcos que funcionam a energia solar. Já a Algarfresco, que atua na área da congelação de pescado, vê-se a braços com a “restrição à pesca da sardinha” na costa portuguesa.

As associações ligadas à aquacultura, como a Formosa, deparam-se com problemas ligados à mortalidade dos bivalves, às doenças ou ao aparecimento de espécies exóticas (amêijoa japónica), aplaudindo a construção da nova ETAR. A nível nacional, a APA lembra a necessidade de travar as espécies invasoras e de criar espaços para produzir, já que Portugal importa dois terços do pescado que consome.

Já a pesca ilegal e as alterações climáticas foram apontadas como ameaças pelo responsável da Olhãopesca. A Nautiber, empresa de construção naval, continua com importantes encomendas mas o seu gerente, Rui Roque, lembrou que “os problemas dos pescadores são os problemas da Nautiber”.

O secretário de Estado das Pescas, que registou os problemas apontados por quem trabalha no mar, referiu os temas problemáticos mas também falou do que “de bom” a região tem conseguido: Em 2017, a venda de pescado nas lotas foi de 12 mil toneladas (representando 45 milhões de euros); até 31 de outubro desde ano o valor de vendas em lota já chegou aos 37 milhões de euros e 25% (cerca de 4500) dos barcos de pesca a nível nacional estão registados no Algarve, região que representa 60% da produção nacional de bivalves.

José Apolinário, que revelou que os apoios aprovados para Olhão, no âmbito do programa Mar 2020, representam 12,5 milhões de euros de investimento, falou, ainda, em desafios para o setor como a sustentabilidade ambiental, a gestão correta dos espaços da Ria Formosa, a importância da denominação de origem ou a ideia de ‘cluster’ para o setor.

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