Bolsas mundiais perderam 18,7% desde maio

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Desde o pico do ciclo bolsista em 2 de maio, o índice mundial das bolsas já perdeu 18,7%. Hoje perdeu 2,4%. Desde 1 de julho, a capitalização bolsista mundial pode ter levado um “golpe” de 9 biliões de dólares (cerca de €6300 mil milhões), o equivalente a 60% do PIB dos EUA

As bolsas mundiais viveram ontem uma situação “mista” – os principais índices asiáticos no positivo e as bolsas europeias e Wall Street no vermelho. O resultado global foi uma quebra de 2,4%, depois dos ganhos de ontem de 2,1%, segundo o índice MSCI AC World, fornecido pela Bloomberg. Desde 1 de agosto, nas vésperas do dia D para a subida do teto de dívida federal americana, que as bolsas mundiais perderam 13%.

Uma noção mais clara sobre a liquidação de capitalização bolsista a que estamos a assistir é dada por um número mais violento: as bolsas perderam 18,7% desde o pico do ciclo em 2 de maio deste ano. O ciclo havia começado depois do ponto mais baixo nas bolsas em 9 de março de 2009, quando a derrocada iniciada em 9 de outubro de 2007 terminou com uma quebra de 56,8%(no índice S&P 500) ao longo de um processo doloroso de 18 meses.

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9 biliões de dólares evaporaram-se

Se tivermos em conta os dados disponíveis para o final do 1º semestre deste ano em termos de capitalização bolsista mundial fornecidos pela World Federation of Exchanges, que apontam para 56,59 biliões de dólares (56.590 mil milhões, o equivalente a mais de 90% do PIB mundial), o “golpe” dado nas bolsas pelo pânico financeiro já poderá somar 9 biliões de dólares (cerca de €6300 mil milhões). Ou seja em 40 dias, desapareceu das bolsas o equivalente a 60% do PIB dos Estados Unidos.

Por outro lado, o “índice de medo”, que mede a volatilidade das bolsas, revela, desde 5 de agosto, um comportamento em ziguezague. Conhecido por VIX, o índice de volatilidade da CBOE (Chicago Board Options Exchange), aumentou de 32 para 48 entre 5 e 8 de agosto, desceu para 35,06 a 9 de agosto, e voltou a subir para 42,99 a 10 de agosto. O “salto” ocorrido entre 5 e 8 de agosto foi superior a 50% e, segundo alguns analistas, marcou um ponto de viragem.

Uma onda vermelha

Hoje verificaram-se quedas bolsistas superiores a 5% em índices de bolsas europeias importantes, como o DAX alemão, o CAC 40 francês, o IBEX 35 de Madrid e o MIB de Roma. Também o Russell 2000 (o índice norte-americano para as PME cotadas) caiu acima de 5%.

Em termos de índices de Wall Street, o Dow Jones Industrial Average desceu 4,62%, depois de ontem ter subido 3,98%; o S&P 500 quebrou 4,42%; e o Nasdaq (bolsas das tecnológicas) caiu 4,09%. O Bloomberg Europe 500 desceu 3,81%.

Banca na mira de fogo

Um dos setores hoje em derrocada bolsista foi o financeiro, particularmente visível na bolsa francesa, em que os rumores sobre a Société Générale levariam a uma queda da capitalização da empresa em quase 15% no fecho. Os rumores foram considerados “fantasistas” pelo PDG (presidente e diretor geral) do banco, Frédéric Oudéa.

A situação de stresse sobre todo este sector pode verificar-se num outro campo, o dos credit default swaps (cds, seguros financeiros) ligados à dívida dessas entidades, envolvendo bancos franceses, ingleses, italianos e norte-americanos.

Os grandes bancos mundiais sob pressão foram hoje o UniCredit italiano (com o custo dos cds a fechar em 379,90 pontos base), a Société Générale (em 331,48 pontos base), o banco italiano Intesa SanPaolo (com 328 pontos base), o Bank of America (305,66 pontos base), o Crédit Agricole francês (273,98 pontos base), o Morgan Stanley americano (255,66 pontos base), o Barclays inglês (223,06 pontos base), o Bank of Scotland (216,60 pontos base), o BNP Paribas francês (228 pontos base), o Goldman Sachs americano (197,98 pontos base), o Citi americano (195 pontos), o Deutsche Bank alemão (158,21 pontos base) e o JP Morgan americano (119,20 pontos base).

JA/Rede Expresso
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