Cadilhe defende imposto extraordinário sobre a riqueza

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Miguel Cadilhe diz que a situação social "ameaça abrir brechas cuja iminência é difícil de avaliar"

Um ano de troika conduziu à degradação da situação financeira do sector privado, diz Miguel Cadilhe. A situação social abre brechas e pode agravar-se

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Desafiado pelo Expresso a fazer o balanço de um ano de troika, o ex-ministro Miguel Cadilhe encontra sinais positivos e ameaças preocupantes. O antigo ministro das Finanças recomenda uma tribução excecional sobre riqueza ( “imposto one shot”) destinada a abater a dívida pública, reconhece que a situação financeira do sector privado se degradou e receia uma explosão social.

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A situação económica “é mais ou menos a que se esperava, tendo em conta a política de severíssima austeridade que tinha de subverter objectivos e instrumentos de estabilização anticíclica”, diz Cadilhe.

Como pontos positivos, o ex-ministro aponta “as assinaturas honradas pelo PS e Governo” perante a troika; o acordo de concertação social e a “segurança conjuntural demonstrada pelo ministro das Finanças”. Do lado negativo, encontra a “diminuta tomada de medidas estruturais” ao nível do corte das despesas públicas e reformas de fundo”, a omissão de um plano estruturante contra o défice externo; o desemprego, “que as vistas da troika não alcançam e a “fraqueza da justiça social”.

Brechas iminentes a nível social?

Miguel Cadilhe reconhece que a situação do défice e da dívida pública melhoraram, de facto, mas sobretudo, com medidas transitórias e algumas extraordinárias, não recorrentes. “Ora, isso não nos tranquiliza”, refere. E “piorou muito a situação financeira do sector privado”.

Segundo Cadilhe, a situação social ainda resiste, “mas ameaça abrir brechas cuja iminência é difícil de avaliar”. A escalada do desemprego “vai prosseguir”. A equidade e a justiça social “estão subalternizadas”.

É neste quadro que o ex-ministro das Finanças insiste na recomendação um “imposto one shot” sobre a riqueza “cuja receita seria aplicada na totalidade à amortização de divida publica”. A tributação poderia funcionar, além do mais, “como um contrapeso social”.

Abílio Ferreira (Rede Expresso)

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