Câmara de Silves recorre a empréstimo para “obras indispensáveis”

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A Câmara de Silves pretende contrair um empréstimo de 4,4 milhões de euros para realizar 17 investimentos

A presidente Rosa Palma (CDU) considera que o recurso a um empréstimo é a operação mais sensata para investir perto de 4,4 milhões de euros em 17 projetos e obras “indispensáveis” para o concelho de Silves. O PSD está contra por entender que algumas obras “não serão prioritárias” e “não defendem os interesses de toda a população do concelho”. A decisão será tomada na reunião extraordinária da assembleia municipal, agendada para 12 de junho

A Câmara de Silves aprovou, numa das últimas reuniões do executivo, realizada a 27 de maio, a proposta de empréstimo bancário apresentada pela presidente Rosa Palma.

A proposta – que prevê a contração de um empréstimo de médio e longo prazo, no valor de 4,4 milhões de euros, para o financiamento de investimentos municipais – foi aprovada com os votos da maioria CDU, a abstenção dos vereadores do PS e os votos contra dos vereadores do PSD.

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O documento vai agora ser discutido na reunião extraordinária da assembleia municipal de Silves, que está marcada para o próximo dia 12 de junho.

A presidente Rosa Palma explica que a autarquia sentiu necessidade de recorrer a este empréstimo bancário face à “escassez de recursos financeiros próprios” e à “necessidade imperiosa de realizar um conjunto de projetos e obras, indispensáveis à resolução de problemas básicos que afetam as populações e o desenvolvimento do concelho de Silves”.

Ao todo, segundo apurou o JA, a lista inclui 17 investimentos, com destaque para a conclusão da reabilitação do centro histórico de Silves (500 mil euros), o parque de feiras e mercados de São Bartolomeu de Messines (680 mil euros), o sistema de abastecimento de água à mesma localidade (508 mil euros), a construção da sede da junta de freguesia de Armação de Pêra (340 mil euros) e a reabilitação do parque de estacionamento das piscinas municipais (249 mil euros), entre outros.

Rosa Palma garante pagar mais de 70% da dívida até 2017

A autarca garante ainda que, durante o seu primeiro mandato autárquico, que termina em 2017, “o município de Silves vai percorrer uma trajetória de desendividamento, visando o saneamento das contas públicas”.

“O passivo financeiro reduzir-se-á no montante de 8,2 milhões de euros, assegurando-se, assim, a diminuição do capital em dívida de 12,5 milhões de euros (dezembro de 2013) para a quantia de 4,2 milhões de euros (dezembro de 2017)”, sublinha.

Rosa Palma destaca ainda os planos do executivo para reduzir a dívida relacionada com o processo Viga D´Ouro, que remonta aos anos de 2005/2007, período em que Isabel Soares (PSD) estava no poder em Silves. “A redução da dívida do município ascenderá a 12,7 milhões de euros, passando de 18 milhões para 5,3 milhões de euros, em 2017”, frisa a autarca.

Assim, a presidente da Câmara de Silves garante que vai saldar “mais de 70 por cento” da dívida do município nos próximos três anos.

PSD de Silves recusa proposta de empréstimo

A proposta de empréstimo apresentada pelo executivo presidido pela CDU é recusada pelo PSD de Silves.

Segundo os sociais-democratas, a proposta de investimentos até “dá resposta a algumas das solicitações que as populações deste concelho justamente reclamam”. Porém, o PSD sustenta que “não podemos deixar de nos admirar com a mesma, pois estamos em crer que é desequilibrada, apresenta algumas obras que, ainda que importantes, não serão prioritárias, e não acautela muitos dos anseios desde há muito acalentados pela população”.

Os sociais-democratas apontam o facto de “cerca de 70% do total de investimento ser feito nas freguesias de São Bartolomeu de Messines e de Silves”, sendo que nestas duas freguesias vive 52 por cento da população total do concelho.

“Nas freguesias de São Marcos da Serra e as Uniões de freguesias de Algoz-Tunes e Alcantarilha-Pêra, onde temos cerca de 34,4% dos residentes, haverá somente 11,9% do investimento”, protestam.

Os vereadores do PSD consideram ainda que os 17 investimentos apresentados pela presidente Rosa Palma não passam de “um conjunto de obras avulsas” e, “para grande parte delas, não existem, que se conheça, projetos, orçamentos e até mesmo localização para a obra apresentada”. É o caso da sede da junta de freguesia de Armação de Pêra, orçada em 340 mil euros, “mas não existe local ou projeto”.

“Todas as obras apresentadas são importantes. A questão que se deverá levantar é se serão prioritárias, se não haverá em todas as freguesias e no concelho obras pelas quais os nossos munícipes mais anseiam e que irão de encontro às necessidades mais básicas e prementes. Sabemos que as escolhas são de quem está no executivo, mas não temos que concordar com elas”, conclui a vereação do PSD, rematando que a atual capacidade de endividamento do município de Silves se deve “ao trabalho iniciado no mandato PSD de 2009-2013 e que parece ter sido continuado neste mandato CDU de 2014-1017”.

Nuno Couto/JA

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