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O PS de Castro Marim considerou “ofensivo” e “provocador” o discurso proferido pelo presidente da câmara municipal, Francisco Amaral, no Dia do Município.
O autarca tinha acusado a oposição, que está em maioria, de criar “obstáculos sucessivos ao desenvolvimento do concelho”, apelou aos “bom senso” e defendeu que “o importante é o interesse do concelho, e dos castro-marinenses, e não os interesses individuais”.
Os socialistas reagiram, em comunicado, considerando que o discurso do autarca “envergonhou os castro-marinenses” e que a acusação de que a oposição “não o deixa trabalhar” e “contribui para a perda de fundos comunitários” é “uma mentira infame e politicamente miserável”.
O PS nega que a oposição esteja a bloquear o centro de atividades náuticas da barragem de Odeleite. “Os vereadores do Partido Socialista, em inúmeras reuniões, referiram que apoiam um centro de actividades náuticas, mas sem praia/piscina na barragem, em coerência com o seu programa eleitoral”, explicam, acrescentando que o executivo “está há sete meses sem propor qualquer reprogramação da candidatura, ajustando-a aos investimentos que são consensuais, quando já o podia ter feito”.
Consideram ainda que “é falso” que a oposição bloqueie a intervenção junto à Casa do Sal. “Os vereadores consideram que o projeto, tal como foi apresentado, colidia com o Plano de Pormenor existente, podendo configurar uma ilegalidade. Foi nesse sentido que se sugeriu um parecer à CCDR-Algarve, entidade competente na matéria, assumindo desde logo que se não existissem inconformidades, os vereadores do PS não se oporiam à operação. Continuamos à espera que o Sr. Presidente nos ‘mostre’ cópia do pedido”, esclarecem os socialistas.
Segundo os socialistas, também “é falso” que a oposição esteja a bloquear o passadiço em Altura. “Até à presente data foi aprovada intenção de obra quer na Câmara Municipal, quer na Assembleia Municipal”, garantem.
Francisco Amaral acusou ainda a oposição de ser responsável por a Unidade Móvel de Saúde ter estado parada desde o início do ano. Os socialistas refutam: “Os vereadores do PS votaram contra o protocolo existente, por não concordarem com a sua forma e substância, mas não decorria daí, e forçosamente, a paragem da Unidade Móvel. Esta só aconteceu porque era essa a agenda de vitimização do Sr. presidente. A prova é que o presidente retomou o seu funcionamento na esfera das suas competências, sem precisar da intervenção da Câmara”.
Os socialistas dizem ainda que estranham não ter havido qualquer referência à empresa municipal no discurso de Francisco Amaral. “Não estará a pensar acabar com a empresa? Apenas porque é a vereadora Célia Brito a presidente do Conselho de Administração?”, questionam.