Catarina Martins em Quarteira diz ser preciso um sobressalto cívico

Catarina Martins considerou que é necessário que haja um debate na sociedade sobre a situação em que as pessoas vivem atualmente em Portugal

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, em Quarteira, no concelho de Loulé, classificou este sábado como “ultrajante” que as pessoas que vivem do seu trabalho tenham de pagar a crise da inflação, considerando necessário um “sobressalto cívico” e um debate sobre a situação que o país atravessa.

Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins disse considerar “absolutamente ultrajante” assistir a que, perante a inflação “galopante” no país, sejam os cidadãos a ver os seus salários e pensões reduzidos, ao mesmo tempo que algumas empresas apresentam lucros extraordinários.

“E o Governo diz que a resposta à inflação é deixar que os salários fiquem cada vez mais curtos e as pensões. Ora, isto não é aceitável, isto precisa de um sobressalto cívico, até, no país. Um sobressalto que diga que não pode ser quem trabalha, quem tem salários e pensões tão curtos, a pagar esta crise da inflação, que está a encher verdadeiramente os bolsos de alguns”, frisou.

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Falando à margem de um fórum sobre água, que se realizou no Centro Autárquico de Quarteira, a líder do BE questionou por que motivo se tem de aceitar o discurso de que “quem trabalha é que paga todas as crises”, lembrando que não se aceitou isso no tempo da ‘troika’ e criticando o Governo por recuar nas intenções de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

“Durou, julgo, quê, dois dias, a ideia de que se ia recuperar rendimentos no trabalho. Promete o primeiro-ministro no 1º de Maio, dia 03 de maio a ministra da Presidência diz que já nem pensar, é verdade, quem vive do seu trabalho é que vai pagar a inflação. E acho que a taxa sobre os lucros extraordinários das empresas que estão a ganhar com a inflação durou uns bons 45 minutos”, ironizou.

Catarina Martins considerou que é necessário que haja um debate na sociedade sobre a situação em que as pessoas vivem atualmente em Portugal, pois o facto de o país aceitar que haja um empobrecimento dos cidadãos e que estes tenham de pagar a inflação “é uma degradação das próprias condições” da democracia.

“Exige um grande debate na sociedade sobre se achamos normal que a Galp aumente os seus lucros em 500% no primeiro trimestre e nos venham dizer que os salários têm de ficar mais curtos para controlar a inflação. A sério? São os salários que provocam a inflação? Os salários que estão cada vez mais curtos, as pensões cada vez mais curtas é que estão a provocar a inflação? Ou o que provoca a inflação é o preço da energia?”, perguntou.

Questionada sobre a alegada passividade dos portugueses em demonstrarem a sua insatisfação perante a diminuição da sua capacidade financeira, Catarina Martins disse achar que as pessoas “acreditaram de boa-fé” quando o PS “disse que ia a eleições para melhorar os rendimentos”, dando ao partido maioria absoluta.

“Não foi isto que o Partido Socialista prometeu nas eleições, pois não? Tão pouco tempo depois, já está a faltar à palavra que deu”, criticou, sublinhando que aumentar os salários e as pensões à escala da inflação “não é sequer aumentar salários e pensões”, mas sim “permitir que as pessoas não fiquem mais pobres”.

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