Chuva de críticas em França contra Barroso

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Presidente François Hollande diz “não querer acreditar” que Durão Barroso tenha qualificado a França de “reacionária”, por defender a exceção cultural nas negociações da União Europeia com os EUA.

As relações entre Durão Barroso e François Hollande nunca foram boas e ontem caíram mais baixo do que nunca, depois do presidente da Comissão Europeia ter qualificado de “reacionárias” as posições defendidas pela França sobre a exceção cultural nas negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos.

“Não quero acreditar que o presidente da Comissão Europeia tenha tido afirmações sobre a França formuladas desse modo, nem mesmo sobre os artistas que se exprimiram sobre o assunto”, disse ontem à tarde François Hollande.

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“O que eu peço ao presidente Barroso é que agora ponha em andamento o mandato que foi definido pelos negociadores ao nível dos Governos”, acrescentou o chefe de Estado francês.

“Comissão isolada na lógica ultraliberal”

As críticas bem pouco veladas de Durão Barroso à França (ler texto relacionado) foram muito mal recebidas em Paris. A ministra da Cultura, Aurélie Filippetti, acusou a Comissão de “estar hoje isolada na sua lógica ultraliberal”.

Considerando as afirmações de Barroso “confrangedoras e inaceitáveis”, Filippetti acrescentou: “Os que trataram a França de reacionária deveriam lembrar-se que a França não estava sozinha neste combate”.

Desconfiada em relação à forma como a Comissão vai conduzir as negociações comerciais com os EUA, a ministra avisou que o seu Governo “vai continuar mobilizado e que vai permanecer muito atento”.

As reações contra Durão Barroso são múltiplas em Paris. Por exemplo, Rachida Dati, dirigente da direita francesa e eurodeputada pela UMP (União para um Movimento Popular, de Nicolas Sarkozy) exigiu a demissão de Durão Barroso porque, disse, “ele se deita perante os Estados Unidos”.

No mundo da cultura francesa são igualmente numerosas as críticas ao presidente da Comissão, que foi considerado “um homem perigoso para a cultura europeia” pelo realizador de cinema Costa-Gravas.

Daniel Ribeiro (Rede Expresso)
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