Desemprego aumenta e défice derrapa

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Comissário europeu reitera que Portugal “está no caminho certo”. Mas os números do desemprego estão acima das previsões

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O desemprego em Portugal vai atingir os 15,5% este ano, devendo cair ligeiramente para 15,1% em 2013, acima das previsões do governo, que já admitiam uma deterioração da situação.

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Estes dados constam das previsões económicas de Primavera da Comissão Europeia divulgadas em Bruxelas. Tanto em relação a este ano, como ao próximo, estas previsões são superiores às do governo em um ponto percentual.

Também em relação à redução do défice orçamental a Comissão é mais pessimista, antecipando o incumprimento das metas traçadas para este ano. Em vez dos 4,5% esperados no Outono, Bruxelas aponta agora para um valor de 4,7%. A Comissão não refere a necessidade de o governo implementar novas medidas de austeridade para garantir o cumprimento do valor original, mas alerta para a necessidade de uma “execução orçamental mais rigorosa” até ao final do ano.

Questionado sobre se Portugal terá que reforçar a austeridade este para cumprir a meta prevista, na conferência de imprensa em que apresentou estes dados, Olli Rehn, o comissário europeu responsável pelos assuntos económicos e monetários, não respondeu à questão. E deixou igualmente sem explicação a evolução da taxa de desemprego no país, reiterando que a implementação do programa de ajustamento negociado com a UE e o FMI “está no caminho certo”.

Nestas previsões a Comissão revê igualmente em baixa o crescimento da economia portuguesa, antecipando uma contracção mais importante do que o esperado. Os novos dados apontam para um encolhimento de 3,3% este ano, em vez de 3% e para um crescimento de apenas 0,3% em 2013, metade do antecipado pelo governo.

Esta deterioração é explicada por Bruxelas pela evolução negativa da situação externa, nomeadamente dos principais parceiros comerciais de Portugal, com Espanha à cabeça, o que vai prejudicar as exportações portuguesas, que têm continuado a ser o principal motor da economia.

A Comissão antecipa ainda a derrapagem do défice orçamental de Espanha (6,4% em 2012, 6,3% em 2013), França (4,5% e 4,2%) e Holanda (4,4% e 4,6%). Desta forma, todos estes países falham a meta de reduzir os respectivos défices para valores inferiores a 3% em 2013, o que relança a discussão em torno da flexibilização destas metas.

Para já a Comissão limita-se a reafirmar que “confia” na determinação dos governos em causa em cumprirem os objectivos traçados e remete uma avaliação definitiva para o final deste mês.

Daniel do Rosário (Rede Expresso)

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1 COMENTÁRIO

  1. Estes gajos têm a distinta lata de afirmar que estamos no caminho certo? Com o desespero de familias sem trabalho e rendimentos, jovens desesperados  sem futuro e empurrados para a emigração, idosos sem medicamentos e cuidados médicos porque  as suas reformas são próprias do 3º mundo da europa, justiça a funcionar em função dos envolvidos, desigualdade na repartição dos sacrificios financeiros e muito mais, estamos condenados a assistir impavida e serenamente a este desfilar de hipocrisias? Acordem , tugas.

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