Diabéticos são discriminados em Portugal

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No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala no dia 14 de novembro, a Federação Internacional da Diabetes-Região Europa (IDF Europa), alerta para os casos de discriminação das pessoas com diabetes, não só os adultos como as crianças nas escolas, o que promove a sua exclusão social e dificuldade de aprendizagem.

“A discriminação das crianças com diabetes é alarmante e uma realidade que ainda existe. Os problemas vão desde a recusa no acesso a creches ou escolas pré-primárias ou não dar as condições necessárias para a administração de insulina ou a medição dos níveis de açúcar no sangue, passando pela exclusão nas actividades desportivas e viagens escolares”, alerta João Nabais, presidente eleito da Federação Internacional da Diabetes-Região Europa.

E acrescenta: “As pessoas com diabetes são discriminadas no seu local de trabalho, muitas são penalizadas em mais de 150% em seguros de vida para compra de habitação, ou simplesmente são excluídas dos seguros de saúde porque esses não têm cobertura para pessoas com diabetes. Existem também casos de discriminação nos clubes sociais, nas famílias, na obtenção de um empréstimo bancário e mesmo no acesso a emprego de certas profissões”.

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Polícia, condutor de ambulâncias, bombeiro, marinheiro, taxista, motorista de autocarros ou controlador aéreo são as profissiões, em Portugal, em que as pessoas com diabetes afirmam ser excluídas no acesso ao emprego, revela um estudo realizado pela IDF.

“No caso do acesso às cartas de condução, por exemplo, a diabetes é considerada como um problema de saúde que afecta a aptição para a condução e como tal, as pessoas com esta doença têm de revalidar a sua carta cerca de 10 vezes ao longo da sua vida, o que representa um custo médio de €240. Logo. os custos indirectos da diabetes, no que concerne com revalidações de cartas de condução, em Portugal, ascende os 216 milhões de euros”, explica João Nabais.

Para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, a Federação Internacional da Diabetes- Região Europa vai promover uma acção de sensibilização no Conselho da Europa, no dia 10 de Novembro, e outra no Parlamento Europeu, no dia 15 de novembro.

“Acredito que podemos fazer a diferença e começar já a actuar pela mudança, pois não podemos ficar de braços cruzados, por um lado, ao ver os números de diabéticos a aumentar em flecha, e por outro lado, ao saber que existem diabéticos que sofrem discriminação pela sua doença”, conclui João Nabais, de 43 anos, diabético desde os 12 anos, e o primeiro português a assumir a presidência da Federação Internacional da Diabetes- Região Europa.

A Federação Internacional da Diabetes – Região Europa representa 62 associações de diabetes em mais de 46 países europeus, defendendo os direitos de cerca de 53 milhões de pessoas com esta doença. A região da Europa tem a segunda maior taxa de prevalência da diabetes (8,4%). A Rússia e a Alemanha são os países com maior número de pessoas com diabetes (somando 17 milhões).

A diabetes tipo 1 é uma doença crónica provocada pela falta absoluta de insulina devido à destruição de células do pâncreas que produzem esta hormona.

A diabetes tipo 2, também conhecida como diabetes não-insulino dependente, ocorrem em pessoas que herdaram uma tendência para a doença (história familiar), e que, devido a hábitos de vida e de alimentação errados, e por vezes, ao stress, vêm a sofrer da diabetes quando adultos. Estima-se que as pessoas com diabetes tipo 2 morrerão 5 a 10 anos antes do que as pessoas sem diabetes.

Atualmente a diabetes é considerada a principal causa de insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores. A monitorização de níveis que lhe estão associados, como a glicose no sangue ou os corpos cetónicos na urina, constituem a principal ferramenta na gestão diária da vida das pessoas com diabetes, permitindo assim traçar diretrizes adequadas para o tratamento.

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