Diogo Marreiros: Das rodas às lâminas até chegar ao sonho olímpico

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Diogo Marreiros, que faz grande parte da preparação sobre rodas, integra o Programa de Apoio à Participação olímpica e sente estar cada vez mais próximo dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam na cidade chinesa dentro de 100 dias e decorrem entre 04 e 20 de fevereiro.

A patinagem em rodas não é uma modalidade olímpica e, depois de sentir curiosidade em experimentar, decidiu há quatro anos tentar também o gelo, quando era vice-campeão do mundo e da Europa de patinagem de velocidade. Em julho, sagrou-se campeão europeu em quatro disciplinas nas rodas e a época de verão “foi uma grande ajuda na preparação” para a temporada no gelo, que começou em setembro.

Pela primeira vez, o algarvio vai fazer uma época completa no gelo, com Pequim2022 no horizonte, quando até agora tinha apenas um total de oito meses nesse piso.

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Com mínimos para participar nas provas da Taça do Mundo de Mass Start, prova em linha de longa distância, em que os atletas competem em pelotão e tem pontos intermédios e finais, o objetivo de Diogo Marreiros é na soma das etapas na Polónia, Estados Unidos e Canadá estar entre os 24 primeiros do ‘ranking’, com destino aos Jogos Olímpicos.

Em 14 de dezembro, já sabe se conseguiu a qualificação.

“A distância em que estou a apostar mais é a prova de Mass Start. Tenho de ficar no ‘top 24’ numa das três provas da disciplina”, disse, em declarações à agência Lusa, o patinador, também a competir nos cinco quilómetros, embora considere nessa especialidade estar “ainda um bocadinho longe, para ver a evolução”.

A pandemia obrigou-o a trocar os treinos nos Países Baixos por Inzell, na Alemanha, onde tem deslizado ao lado de atletas já qualificados, e mostrou-se confiante porque tem conseguido “andar perto deles”, mas a atual forma requereu muito trabalho, por serem modalidades com muitas diferenças.

Em cima das lâminas, “a base e a musculatura usada são parecidas, mas a adaptação à técnica é o que demora mais tempo”. “Há que adaptar a posição do corpo, as curvas, no gelo não podemos errar muito na técnica, porque a base de apoio é estreita”, comparou.

Focado na preparação para Pequim2022, o atleta de Lagos quer “melhorar alguns aspetos para andar mais rápido”.

Habituado desde os quatro anos aos patins em rodas e desde os 16 anos com medalhas internacionais, Diogo Marreiros viu no gelo “a oportunidade de ser atleta olímpico” e afirmou “acreditar muito nessa hipótese”.

“Fazem-se sacrifícios e tenho sempre de acreditar. A evolução está a ser boa e estou extremamente motivado para afinar o que há a melhorar e para atacar a qualificação. Para mim, representa o concretizar de um sonho e significa mostrar a outros que é possível”, salientou o patinador.

Com a Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) “mais presente”, Diogo Marreiros frisou ser “um novo mundo que se abre para os patinadores”, numa modalidade “muito mais profissional” do que a patinagem em rodas.

Com a vantagem de ser “fisicamente forte e competitivo”, o atleta sabe que tem na técnica no gelo o ponto mais fraco, que mais tem de trabalhar.

Diogo Marreiros já integrava o Programa de Apoio à Preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno, mas só desde junho, quando a FDIP foi aceite como membro provisório da União Internacional de Patinagem (UIP), é que o atleta de patinagem de velocidade passou a poder ver os resultados reconhecidos e tentar a qualificação olímpica.

A última participação portuguesa na patinagem no gelo remonta a Nagano1998, no Japão, quando o luso-neerlandês Fausto Marreiros foi 31.º nos 5.000 metros.

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