O Centro Ciência Viva de Lagos (CCVL) retoma as conversas às sextas-feiras já no próximo dia 19 de janeiro, pelas 20h30. Nesta primeira ação de 2018, o centro convidou o físico recentemente galardoado com o Grande Prémio Ciência Viva 2017, Carlos Fiolhais, figura singular no panorama científico português, que vem a Lagos falar de Einstein e do Prémio Nobel da Física de 2017.
Partindo do tema “Até agora só víamos o céu, agora podemos também ‘ouvi-lo’”, Carlos Fiolhais apresentará a história das ondas gravitacionais ao longo do século que demorou até haver a sua confirmação.
O físico descreverá ainda o observatório LIGO e os trabalhos dos três físicos laureados com o Nobel (Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne).
Carlos Fiolhais terminará a sua palestra abordando as descobertas mais recentes nesta área, designadamente a descoberta, anunciada no final de 2017, de uma estrela de neutrões que emite tanto luz como ondas gravitacionais e uma antevisão do que pode vir a ser este ramo emergente da astrofísica. Este foi considerado o acontecimento científico do ano pela revista “Science”.
Refira-se que Einstein previu, em 1916, um ano após ter finalizado a sua teoria da relatividade geral, que existiam ondas gravitacionais, deformações do espaço e do tempo que se propagam à velocidade da luz a partir do movimento de uma grande massa. Essas ondas foram detetadas em setembro de 2015 e anunciadas publicamente em fevereiro de 2016.
Apesar da descoberta estar prevista há muito tempo, trata-se de um dos maiores eventos científicos deste século, pelo que não admira que o Prémio Nobel da Física de 2017 tenha sido atribuído aos três cientistas americanos que contribuíram decisivamente para essa descoberta, através da conceção e desenvolvimento do observatório LIGO, situado em instalações gémeas nos estados de Washington e Louisiana.
A grande equipa montada e dirigida por Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne conseguiu, pela primeira vez, detetar ondas gravitacionais, concluindo que elas foram emitidas num choque monumental de dois grandes buracos negros a mais de mil milhões anos-luz de distância da Terra.
Entretanto, até junho, o CCVL contará com vários palestrantes, do internacionalmente premiado realizador de cinema de animação e arquiteto, Pedro Serrazina, ao ex-jornalista e professor universitário António Granado, à arqueóloga Sónia Gabriel (9 de março), que virá explicar quais as histórias que os ossos nos contam ou mesmo o historiador Rui Loureiro (27 de abril), desvendando um pouco de quem foi e o que fez Fernão de Magalhães na sua viagem de circum-navegação, ou mesmo Delminda Moura (23 de fevereiro), geóloga da Universidade do Algarve, que virá apresentar a riqueza geológica e patrimonial da Ponta da Piedade.
Exposição “Aos Olhos do CCMAR”
Entretanto, está patente no CCVL, até 4 de março, a exposição de fotografia “Aos Olhos do CCMAR”.
Esta mostra resulta da seleção de algumas fotografias da segunda edição do concurso de fotografia e vídeo dirigido aos membros do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), que teve como objetivo o registo de imagens relacionadas com as atividades científicas desenvolvidas pelos participantes.
O resultado é um portefólio rico que abrange as diversas áreas e diferentes momentos de investigação que decorre no CCMAR.
NC|JA