Este é um livro bem escrito… escrito com paixão e emoção…

O jurista e jornalista Armando Alves, apresentou muito recentemente no grande auditório da Associação de Futebol do Algarve, o livro do centenário da Instituição.
Coube-me a mim, a honra de ter sido convocado pelo Armando Alves, para tecer alguns considerandos sobre a obra.
E com o auditório da AFA cheio que nem um ovo, fiz uma longa intervenção, da qual deixo aqui alguns salpicos, que seguramente contribuirão para a compreensão, do abraço escrito e de reconhecimentos, que deixei a Armando Alves e à Associação de Futebol do Algarve.
“A todas e todos muito boa noite.
Não me dirijo pessoalmente a ninguém, para que ninguém fique de fora, limitando-me a saudar o Presidente da Assembleia Geral da AFA, Alves Caetano, o Presidente da Direcção, Reinaldo Teixeira e nele todos os órgãos sociais, e obviamente o meu amigo Armando Alves, como autor do livro do Centenário da Associação de Futebol do Algarve.
422 páginas, que significam, não 100 anos, mas muitas mais, que eu explicarei um pouco mais adiante.
É uma honra e um orgulho, ainda sem nome, estar aqui ao lado de todos Vs. Exs., mas deixei-me ser mais claro, para que não existam equívocos, estar ao lado do Armando Alves, um extraordinário amigo, e que por isso mesmo, ao me convidar para apresentar o seu livro, O LIVRO DE TODOS NÓS, ele, nem sabe BEM, o sarilho que me arranjou…
Apresentar o livro, que chamo de centenário e de ouro, sobre a história e a vida da Associação de Futebol do Algarve. O livro DOS NOSSOS CLUBES, DOS NOSSOS DIRIGENTES, DOS NOSSOS ATLETAS….
O LIVRO DAS NOSSAS DORES E ALEGRIAS. O LIVRO, DO NOSSO ENCANTAMENTO.
O livro de mil homens e mulheres, e por isso, é para quantos QUE já desapareceram, gente indiferenciada ou importantes parafusos desta engrenagem, que a histórica vida e força do futebol algarvio, do futsal e do futebol de praia, estes irmãozinhos mais jovens, como lhes chama, Armando Alves, ao longo desta história…
Repito, E para estes mil homens e mulheres que já desapareceram, que vos pedia, quem em pé, deixássemos como motivo de perpétuo orgulho e homenagem, o nosso aplauso.
E procurava eu explicar-vos o sarilho em que o Armando Alves me meteu, mas como todos sabemos, os amigos são para todas as ocasiões, boas ou más e esta é uma incrível e histórica ocasião, que jamais esquecerei.
Como costumo dizer, obrigado Armando Alves, por te teres lembrado do velhote, com tanta gente na minha frente na galeria dos sabres e das competências… […]
MAS VAMOS AO LIVRO. CLARO O LIVRO.
Comecemos pelo FORMATO, que se apresenta como estratégico e de boa gestão, pois permite, que se elabore uma coluna no lado direito, por onde correm a pequena história de cada clube ou SAD. E uma capa, que é todo o nosso arco-íris de vida, e onde não falta a neblina que de vez em quando interrompe as nossas mais de 3.500 horas de sol…
Uma capa que nos faz pensar o que vem a seguir, na mais pura da iliteracia do convencimento de uma espécie de alavanca para o memorável tempo que vai chegar […]
Mas por favor, não nas entrelinhas, mas em várias passagens do livro, procurem descobrir histórias vividas em S. Bartolomeu de Messines, em Armação de Pêra, nas Ferreiras, na Culatra, em Moncarapacho, em Alvor… sem limite de escolha, mas na presunção de uma obra bem arquitectada, AQUI REPITO, uma obra como quem abre o cortinado, encontrando o prazer da descoberta, que sem este livro, e direi mesmo, sem este autor, não seria possível.
Cada página é o desencadear… de muitas emoções, porque este também é um livro que nos emociona…
Não esquecer… que esta Instituição, a AFA, que antes foi AFF, e que curiosamente começou como AFA…por várias razões, que cem anos obrigatoriamente pesam… e se existem Instituições com mais condições técnicas, de inovação e humanas, que ainda têm caixotes por catalogar, imagine-se a AFA, onde muita da documentação se perdeu… outra que nem os clubes guardava, outra ainda que a imprensa nacional e regional também ignoravam, porque só os maiores é que justificavam entrar na festa.
Mesmo assim, apesar de se confrontar, como quem procura uma agulha no palheiro, o Armando Alves…não se cansou de encontrar gente que o poderia levar aos sítios… ou o filho, ou o sobrinho ou o irmão, ou o neto, ou a neta ou a mulher do segundo casamento… por isso, este é um livro de emoções…Emoções, porque tal como eu, o autor, o Armando Alves, que já anda nisto desde 1984 ou talvez antes… e quando eu estava na tropa ele só tinha um ano…conviveu com muitas destas grandes figuras, quer atletas e recordamos Fernando Cabrita, Manuel Caldeira, como exemplo ou dirigentes desportivos ou associativos… mas também os conheceu, nas imensas obras que escreveu.
Cada página, depois de lida, por favor fechem os olhos, e descubram neste silêncio que se constrói, simultaneamente, imagens, memórias e acontecimentos.
Trata-se, APESAR DE ESTAR A RASGAR PÁGINAS PARA NÃO FICAR AQUI A NOITE TODA, de uma obra brilhante, fascinante, e quando logo das nossas primeiras braçadas por este mar enfeitiçado por mil memórias e de uma inspiração incrível, quando falávamos de 422 páginas, que significam, não 100 anos, MAS MUITOS MAIS ANOS, é que estamos diante de um livro inacabado, e que é um extraordinário documento de estudo, análise e investigação, a nível não apenas do dia a dia de cada um de nós, mas de obrigatoriedade, não no acolhimento comodo das bibliotecas, mas nas páginas dos estudantes e de outros investigadores, para a compreensão, da longa batalha que tantas e tantos travaram, dentro e forma das quatro linhas, quando as linhas então não existiam ou eram marcadas com os o passar dos pés… Do tempo ainda, das balizas às costas, ou então, quando as balizas eram decifradas por duas pedras, umas alpergatas (agora chamam de sapatilhas ou calçado fino). Ou então ainda, quando a cal com que marcavam as linhas era tão autêntica, que até nos queimava quando caiamos sobre elas…
Mais de 500 anos, porque, a par do recuar a que nos obriga cada página, A par do olhar constante ao retrovisor, para que possamos melhor perceber a riqueza intelectual e humana do autor, que apenas por culpa de duas paixões: a escrita e o futebol, as vertentes do mesmo que nas últimas décadas foram nascendo, não só reabilita toda a memória, mas faz emergir acontecimentos e pessoas, que se não fosse este livro, nem sabíamos que tinha acontecido, ou que tinham existido.
Não posso estar aqui a noite inteira, até para evitar qualquer manifestação contra mim, mas bastava olharmos a esta moldura humana que nos rodeia, força também do impulso que Reinaldo Teixeira deu à AFA e deu de igual modo para que se avançasse com esta inesquecível e TÃO IMPORTANTE obra, mas atentarmos na sua qualidade. No potencial que nos deixa, no sentimento humano e critico como faz florescer e aqui eternizar toda uma vida de alegrias, frustrações, enganos e sobressaltos, onde não faltam os apitadores do reino, como eu lhes chamo, porque daqui por este grande mar, ONDE TINHA DIAS, QUE NE SE PODIA SAIR PARA A BARRA, também navegaram alguns dos melhores árbitros nacionais e atingiram para gloria e prestigio da arbitragem e do nossos futebol, internacionalização, desde Rosa Nunes a César Correia, passando pelo Francisco Silva, que os transtornos depois vividos, porque foi apanhado, porque existem os que nunca são apanhados, até aos jovens actuais, onde se destaca NUNO ALMEIDA […]
UM APELO, Aos jovens atletas, que nunca percam de vista este livro, que arranquem com o olhar todas as páginas, para que aprendam as dificuldades da vida. Para que aprendam, como é que sem rede…isto é, sem colo, o futebol algarvio chegou aqui. E ressalvo o futebol algarvio, porque o futebol foi a grande meca…

AFA
Uma das fotos que consagram Armando Alves e a sua obra: Da esquerda para a direita: Custódio Moreno, IPJ; Pedro Pauleta, Federação Portuguesa de Futebol; Armando Alves, autor do obra sobre o centenário da AFA (com o menino nos braços); Reinaldo Teixeira, Presidente da Direcção da AFA e Alves Caetano, Presidente da A. Geral da AFA

Armando Alves deixa-nos uma história bem escrita, sem rabos de fora, só ao alcance, daqueles biógrafos que Lisboa e o Porto, se degolam para apresentar, com todos os canais de televisão À sua volta, e quiçá ATÉ VÃO TER, NEM QUE SEJA NO DIA SEGUINTE, tirar uma SELFIE, com o senhor Presidente da República… O Algarve continua a longe, mas nunca esmorecemos, e nem receamos, continuarmos a pagar para que aqui venham… sempre foi assim… E SERÃO sempre recebidos de braços abertos […]
O escritor e investigador Armando Alves, não faz apenas, o que podemos chamar de uma síntese pela história da AFA, o que seria provável, porque viaja durante 100 anos à VOLTA DA TERRA, aqui designada por Associação de Futebol do Algarve.
Em 63 fontes, se assim o podemos dizer, desde a ABERTURA, na página 7, até ÀS VIVÊNCIAS, na página 394, Armando Alves ajuda-nos a compreender alguns dos mais emotivos, sensíveis e até erosivos momentos das actividades dos Clubes e da própria AFA, fazendo na consciência do seu saber e competência, e fazendo-o ainda no incansável louvor, assente na ousada e pormenorizada investigação, que nos levam a momentos inimagináveis e que por isso pensávamos que não tivessem acontecido.
Se quiserdes, e o meu saber e a minha avaliação sobre esta obra também tenho os meus limites, mais que um livro, o que agora VOS apresentamos, é um guia, seguramente indispensável para a compreensão do que fomos, do que somos e as réplicas que ficam para o futuro… E sem o qual nunca entenderíamos como se chegou aqui.
Reparem, que volto apenas atrás, para vos relembrar, que a página 24 QUE simboliza a virtuosa e fortificada argamassa DE que foi edificado o jogo da bola, a criação de clubes e QUE vai aportar à criação da AFA.
São dezenas e dezenas e dezenas de páginas, de um bordado a cores, diremos de páginas fascinantes, não apenas da fundação dos clubes, onde se junta num arraial imprevisível e um colar enorme de mulheres e homens. As mulheres, estamos a descrever o começo da história, normalmente como dirigentes ou madrinha dos clubes, e os homens em funções dos grandes obreiros administrativos. Claro que hoje as mulheres, já são, como os homens sempre o foram, grandes artistas da bola.
E o rochedo enorme, expressão de fortificação na identidade e na memória de fotografias que nos aparecem… as quais nos fazem povoar a mente de ilusões e utopias, que nunca vivemos.
E quando rebuscamos o olhar pelos recortes da imprensa, elas também nos ajudam a explicar não apenas a própria história da imprensa, que não importa se era dotada de grandes traços editoriais, não apenas só desportiva, mas também como motor noticioso, interpretativo e sempre de explosões rotativas para que não se perdesse o rumo desta paixão. Do futebol…
Não esquecer, que foi nas asas de uma bola, ou seja, foi a constituição dos clubes, que permitiu o associativismo e o que é hoje a AFA, superiormente dirigido pelo Reinaldo Teixeira e pelos seus seguidores.
Obrigado pelo tempo que vos fiz perder, mas procurei, não deixar, que o Armando Alves, com o seu convite, me tivesse metido num grande sarilho… antes pelo contrário, foi uma honra, e hoje, saiu daqui, A SABER UM POUCO MAIS, TAMBÉM PELA CONFIANÇA QUE ME TRANSMITIRAM E QUE DESCOBRI NOS VOSSOS OLHARES.
Finalmente, dizer-vos que este livro, também nos leva a uma realidade que a todos irá surpreender, porque afinal, ao contrário do que pensávamos, ainda não sabemos tudo, e porque é de igual modo, um livro nunca fechado…porque o autor, sabe como ninguém, que cada página, não SERÁ apenas a inspiração dos diferentes clubes, é também a construção dos novos detalhes, que daqui a dez ou mais anos, comprovarão, que tem que existir alguém, que dê continuidade à história….
Este é um livro bem escrito… Escrito com paixão e emoção… Um livro que nos anima em direcção ao futuro, e nos inquieta, por recearmos de não sermos capazes de levar a mensagem aos mais jovens. Aqui compete aos clubes, às autarquias, às bibliotecas e seus responsáveis, às escolas, aos mestres, aos professores, à Universidade do Algarve… que é preciso avisar toda a gente, que começa hoje uma nova esperança para a vida e actividades da AFA. E PARA O CONHECIMENTO DOS MAIS JOVENS E para o conhecimento DE TODOS NÓS…[…]
E por isso, esta grande obra que Armando Alves, com a certificação da AFA, de todos os seus órgãos Sociais, e fundamentalmente do Dr. Reinaldo Teixeira, como Presidente da Direcção da AFA, que nos trouxe como um grande e futuro templo sobre a história da INSTITUIÇÃO, obriga-nos a que pensemos no seu futuro, – para que ela chegue às NOVAS GERAÇÕES, – porque foi isso mesmo que Armando Alves, quis que acontecesse, com esta quadra de ANTÓNIO ALEIXO.
E ASSIM LIÇÃO POR LIÇÃO
QUE A POUCO E POUCO APRENDEMOS
DE OUTROS, A OUTROS DAREMOS,
QUE MUITOS OUTROS DARÃO

Parabéns, AFA…
Parabéns, Armando Alves
Obrigado”.

Neto Gomes

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