A atriz, artista plástica, escritora, fadista e compositora pretende retomar os espetáculos apostando na poesia e na música
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DOMINGOS VIEGAS
Depois de vários anos de ausência, Fátima Murta está de regresso ao panorama artístico nacional, com a reedição do disco “Se…” e com um novo livro, que deverá estar concluído antes do final deste ano e cujo lançamento está previsto para o início de 2016.
“Se…” foi gravado ao vivo no Auditório Carlos Paredes, em Lisboa, em 2006, com os músicos que acompanharam Amália, entre os quais Carlos Gonçalves. Este é o primeiro trabalho discográfico em que Fátima Murta surge como autora, compositora e intérprete. “Inclui dois fados de Amália, um de Frei Hermano da Câmara e outro dos temas tem um poema de Régio, todo o resto tem letra e música da minha autoria”, refere.
“Um dos temas foi composto no Brasil, numa viagem entre a Baía e São Paulo. Quando o avião aterrou no aeroporto de Guarulhos estava a escrever a última palavra do último poema”, revela Fátima Murta, explicando que além dos fados, este trabalho inclui um poema declamado, “Se…”, que dá nome ao álbum.
Outra das curiosidades tem a ver com um fado intitulado “Abraço fadista a Carlos Paredes” incluído no CD: “Para escrever este poema imaginei o que Amália teria sentido quando visitou Carlos Paredes, numa altura em que ele já estava muito doente”, conta.
“As pessoas ficaram surpreendidas por eu ter ‘desaparecido’ quando estava no auge e surpreenderam-se ainda mais quando surgi com a música. Espero agora retomar os espetáculos, com a poesia, a música e, claro, com o fado”, diz Fátima Murta.
Depois de vários anos de ausência, primeiro no Brasil e depois em Londres, por motivos pessoais, a atriz, artista plástica e escritora regressa também como novo livro. Trata-se de uma obra que “entrecruza aspetos autobiográficos com situações do plano nacional e internacional. Será o livro da minha vida”, refere, revelando ainda que este já está numa fase bastante adiantada, deverá estar terminado antes do final deste ano para ser lançado no início de 2016.
Refira-se que esta é também a primeira incursão de Fátima Murta por este género literário, depois dos vários livros de poesia (o primeiro foi publicado em 1983), de contos e dos infantis, que começou a escrever em 2002, entre outros.
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