O principal fundo de segurança social grego, o Ika, gastou 1,8 milhão de euros ao pagar pensões a 1.400 pessoas mortas há anos, informou esta quinta-feira o ministério de Emprego e Segurança Social.
O Ika descobriu que estas pensões foram pagas a pessoas nascidas antes de 1920 e já falecidas, informou a agência de imprensa grega ANA.
Além de se comprometer a atualizar as listas de aposentados, a Ika vai realizar uma investigação para tentar recuperar as somas já pagas, segundo a mesma fonte.
A investigação abarcará as famílias que não tinham declarado as mortes dos seus parentes aos serviços sociais – para continuar a receber as pensões – e as contas bancárias para as quais a instituição continuava a transferir o dinheiro, que nunca foi retirado.
Esse novo incidente de mal uso de fundos públicos, devido sobretudo à contabilidade mal organizada, ocorre dez dias depois de ter sido divulgado que um número estranhamente alto de cegos – várias centenas – recebiam ajudas públicas numa ilha grega.
O vice-ministro da Saúde, Markos Bolaris, ordenou uma investigação aos mais de 600 moradores dessa ilha, cujo nome não foi divulgado.
Há um ano, o ministério já tinha afirmado que milhões de euros foram pagos em pensões a pessoas mortas.
A Grécia está submetida a um plano de ajuste financeiro desde 2010 pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, os seus principais credores, sendo o país atingido por uma dívida pública colossal, que o obriga a reduzir os gastos urgentemente.