São mais de quatro os milhões de euros que os hospitais têm de repor aos médicos e enfermeiros que viram as suas horas extraordinárias de 2010 serem taxadas ilegalmente no início deste ano. A regularização da situação terá de ser feita dentro de dois meses.
“Este assunto já foi decidido e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) irá dar orientações aos hospitais para que, até outubro, esteja tudo efetivamente resolvido”, disse ontem ao “Jornal de Negócios” fonte oficial da ACSS, revelando que o “montante em causa ronda os quatro milhões de euros”.
O montante será, contudo, superior uma vez que a ACSS está a ter em conta os valores retidos em janeiro e fevereiro, mas os cortes prolongaram-se até junho em alguns hospitais, segundos os sindicatos.
A reposição das verbas a milhares de profissionais tem vindo a ser arrastada e agora a ACSS vai dar ordens para que tudo fique resolvido até outubro. “Adam a dizer isso há séculos”, reagiu Pilar Vicente, da Federação Nacional dos Médicos, pouco crente de que a reposição seja feita até lá.
O Ministério das Finanças disse que na sequência do despacho de 1 de março “foram transmitidas instruções pela DGO à ACSS” no sentido de que deviam ser os hospitais a regularizar a situação. Para tentar dar a perceber o processo, fonte hospitalar revelou que serão as unidades a repor as verbas e que o acerto será feito mais tarde com a DGCI; as Finanças não responderam. Em junho, o presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, falava na impossibilidade de alguns hospitais avançarem com as verbas, por dificuldades na tesouraria.
