Incêndios: Bombeiros algarvios negam ter havido “má coordenação e má estratégia”

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Reiteram a confiança nos comandos operacionais, afirmam que o relatório da LBP foi elaborado “levianamente” e não reconhecem “capacidade técnica, operacional e científica” ao relator do documento

Domingos Viegas

Os Bombeiros algarvios não concordam com o relatório da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) que aponta para “má coordenação e má estratégia” no combate ao incêndio ocorrido na Serra do Caldeirão, no mês de julho, e que devastou mais de 25 mil hectares nos concelhos de Tavira e de São Brás de Alportel.

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“Só quem não conhece a particularidade e a especificidade da Serra do Caldeirão e a influência do clima mediterrânico sobre a mesma, é que pode pôr em causa o comando e controlo da maior operação de proteção civil alguma vez vista em Portugal”, lê-se no comunicado que acaba de ser enviado às redações e subscrito por todos os elementos de comando da região algarvia presentes no teatro de operações.

Os responsáveis das várias corporações algarvias, que se reuniram ontem, quarta-feira, dizem que não se identificam com as declarações veiculadas pela LBP “em nome dos ‘Bombeiros'” e que não reconhecem “capacidade técnica, operacional e científica” ao relator do documento produzido pela LBP, que “apresenta diversas imprecisões revelando leviandade na sua elaboração”.

Os Bombeiros do Algarve reiteram “total confiança” nos comandantes operacionais, distrital e nacional, recordando que “tanto o comandante Vaz Pinto como o comandante Abel Gomes, são oriundos da estrutura dos Bombeiros”.

“Consideramos que, no articulado das conclusões, o relator manifesta não só um total desconhecimento da atividade desenvolvida pelos corpos de Bombeiros da região, como um total desrespeito por aqueles que, mais uma vez, com abnegação e espírito de entreajuda, contribuiram de forma competente e responsável para a preservação de um património que, apesar de se situar no Algarve, é de todos os portugueses”, referem os elementos de comando da região.

Os comandantes algarvios dizem, ainda, que estão “perplexos” pelo facto de o relatório não incluir os testemunhos daqueles “que inicialmente estiveram envolvidos na operação, os elementos que constituíram o PCO e os comandantes com mais experiência no combate aos incêndios florestais”.

No mesmo sentido, estranham que o referido relatório “não se pronuncie sobre o estado da zona afetada pelo incêndio nomeadamente a falta de insuficiência de faixas de gestão de combustíveis, acumulação de sobrantes nos povoamentos florestais e material combustível nas linhas de água”.

Num comunicado com cinco páginas, os Bombeiros algarvios esclarecem ponto por ponto todas as dúvidas e acusações apresentadas pelo relatório da LBP e enaltecem o trabalhos de quem esteve a combater o incêndio (bombeiros e populações).

Mas também deixam algumas acusasões: “Repudiamos aqueles que, apesar de nunca os vermos nos teatro de operações, afirmam pertencer à família dos bombeiros não perdem a oportunidade de, levianamente, criticar os operacionais que, sujeitando-se às críticas, estão no terreno com os nosso bombeiros para extínguir os incêndios”, lamentam os bombeiros algarvios.

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