O acidente na central japonesa de Fukushima, em março de 2011, fez a indústria nuclear mergulhar na pior crise desde a catástrofe de Chernobyl, há 25 anos, mas não conseguiu acabar com ela, avaliaram analistas.
Semanas depois de o mundo assistir às imagens do reator da central de Fukushima a libertar nuvens radioativas, após a tsunami de 11 de março de 2011, a Agência Internacional de Energia (AIE) reduzia para metade as suas previsões de crescimento da energia atómica no mundo.
“Foi exagerado”, afirmou esta quarta-feira Colette Lewiner, diretora de energia da consultora Capgemini.
“Efetivamente houve projetos anulados ou adiados, mas isto não marcou o fim do setor nuclear”, afirmou.
Segundo a especialista, o caso Fukushima obrigou sobretudo os operadores e as autoridades a fazer inspeções mais profundas nas instalações e – em certos países – reforçar as normas de segurança nas centrais existentes.
No entanto, a energia nuclear continua a ser considerada um recurso estratégico que satisfaz quase um sexto das necessidades de eletricidade do planeta e permite, sobretudo, combater as emissões de gases de efeito estufa.
França e Reino Unido estão decididas a tomar a dianteira com a próxima geração de reatores.
Os Estados Unidos, país que concentra o maior número de reatores no mundo (104), autorizou a construção de novas etapas pela primeira vez desde o acidente de Three Mile Island, em 1979, enquanto China e Índia preveem ainda iniciar obras para construir dezenas de reatores nos próximos anos.
Em 2011, sessenta países consultaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com relação ao início de programas nucleares.