Lagoa recriou, no fim de semana passado, no âmbito das comemorações dos 250 anos da criação do concelho, a grandiosa “Festa da Família Agrária, uma das festas religiosas que mais marcaram a população nas décadas de 60 e 70.
Foi com grande entusiasmo que a população Lagoense viveu a recriação da Festa da Família Agrária, tendo participado em massa, num dos momentos altos das comemorações dos 250 anos da criação do concelho.
O município de Lagoa deu o mote, colocando a recriação da Festa da Família Agrária no seu programa das comemorações dos 250 anos da criação do concelho, e a população disse “presente” ao objetivo de reacender a memoria coletiva da festa.
Assim, com o apoio da Fábrica da Igreja de Lagoa, das coletividades do concelho, do Convent´Bio e da população em geral, realizou-se a Grandiosa procissão de Velas, no sábado, e a procissão da “Família Agrária” no domingo, tendo partido da Capela do Carmo em direção à Igreja Matriz.
Como era tradição, na procissão participaram agricultores e proprietários rurais que traziam os seus tratores e alfaias e gente de todos os sítios do concelho que levavam as faixas que indicavam de que zona do concelho eram. O andor com a Nossa Senhora de Fátima marcava a procissão solene em sua honra e representava a grande manifestação da fé católica de Lagoa.
O significado e simbolismo da Festa da Família Agrária era-lhe conferido por cinco aspetos: a veneração a Nossa Senhora de Fátima, que fazia sair à rua a imagem da Igreja Paroquial; a Missa Campal no “Carmo”, mais tarde na Adega, com homilia do Bispo do Algarve e ofertório de produtos agrícolas; o cortejo processional dos “dísticos”, exibidos ao alto pelos naturais de todos os lugares da Paróquia; a participação dos tratores e alfaias agrícolas, qual retrato da economia de subsistência no tempo do Estado Novo; o louvor ao Trabalho e o seu encadeamento com a mensagem Cristã.
Ficaria conhecida como “Festa do Trabalho” por promover a sua glorificação à luz da mensagem cristã; “Festa dos Tratores”, por dela tomarem parte agricultores e proprietários rurais com as suas alfaias; ou “do Carmo”, por se realizar no antigo mosteiro de clausura de frades carmelitas, na quinta agrícola da família Cabrita.