Para assinalar os 20 anos da Associação Renovação Comunista, foi recentemente lançado o livro “Do pensamento renovador ao Movimento de Ação Política”, uma obra que se apresenta como “um livro de intervenção política que reflete as posições do movimento Renovador”.
“Importa assumir que o futuro do país depende da retoma do processo de convergência entre a esquerda e o centro-esquerda, reeditando agora com desejável sucesso o que foi o compromisso de 2015”, lê-se no livro apresentado em 12 de dezembro por José Manuel Mendes, Paulo Fidalgo e Carlos Brito.
Aquando da apresentação, em declarações à Lusa, o presidente da associação, Paulo Fidalgo, defendeu que Portugal, “para retomar uma dinâmica de progresso, de avanço, desenvolvimento e correção das assimetrias sociais, precisa de uma nova governação”.
Para o ex-comunista, “a direita não tem quaisquer condições de garantir estabilidade”, por estar “profundamente fragmentada e não ter projeto”, pelo que “é no seio da esquerda que uma solução tem de surgir”.
Essa solução “tem de surgir com grande importância por parte do PS, que é uma força muito significativa, mas também não pode o PS excluir o resto da esquerda”, sustentou.
O presidente da Renovação Comunista considerou que PS, PCP e BE devem “retomar um processo negocial que vise a constituição de objetivos sociais e económicos concretos e quantificados, para uma legislatura”, e acrescentou que, caso haja uma maioria de esquerda após as legislativas, o ideal era que fosse formado um executivo de coligação com membros dos três partidos.
“O meu desejo é que os portugueses, se votarem na esquerda, tenham um horizonte de governabilidade. (…) O país não perdoará a estes partidos uma falta de entendimento na constituição de um Governo”, afirmou.