O líder do BE, Francisco Louçã, participa, no sábado, num comício em Atenas, no qual defenderá uma resposta “conjugada” da Europa à crise, contra um aumento da austeridade, que traz “mais recessão”.
A propósito da sua intervenção na iniciativa promovida pelo Synaspismos, o maior partido da coligação de esquerda da Grécia (Syriza), o líder bloquista referiu à Lusa: “Eu vou falar de Portugal, mas vou falar sobretudo do que nós, como europeus, temos de fazer, porque acho que estamos numa situação muito perigosa hoje, quem manda na Europa está a destruir a Europa”
Para o coordenador do BE, medidas como o aumento de sanções contra os países incumpridores e a criação do visto prévio aos orçamentos nacionais “destroem a Europa como espaço de responsabilidade económica partilhada”.
Segundo Louçã, esta é “uma situação perigosíssima do ponto de vista social, porque se as medidas conduzem à recessão, que é o que aconteceu na Irlanda, na Grécia, então depois vão ser tomadas outra vez outras medidas ainda mais graves para continuar a recessão, nós temos de sair do inferno recessivo e temos de ter capacidade de pôr as prioridades no sítio certo”.
Louçã referiu ainda que o incremento das medidas de austeridade na Europa deve ser “uma lição muito importante para Portugal”.
O governo espanhol “fez o que José Sócrates está a fazer neste momento e o rating do Estado espanhol foi baixado hoje, a Irlanda fez o que está José Sócrates a fazer e a crise económica é tão grave porque não se sai da recessão”, acrescentou.
O coordenador do BE acusou ainda o Governo socialista de ter “abdicado de uma solução de fundo para os problemas nacionais” e de ceder à pressão dos mercados.
“As medidas económicas têm de ter outra prioridade, que é criar emprego, criar qualificação, criar produção, exportação, economia sustentável, é aí que tem de estar a grande diferença. O Governo português, como outros, abdicou totalmente desse projeto, de uma solução de fundo para os problemas nacionais e, por isso, leva o país para o abismo da recessão”, disse.
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