Luís Gomes diz que dados da auditoria ao município são “distorcidos”

“Os dados que são revelados estão completamente distorcidos com os dados que o Tribunal de Contas revelou no último relatório que produziu relativamente à dívida"

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O antigo presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA), Luís Gomes (PSD), disse ao JA que os dados revelados na terça-feira, dia 18 de outubro, pela auditoria interna às contas do município “são distorcidos” relativamente às informações dadas pelo Tribunal de Contas.

O atual presidente da autarquia, Álvaro Araújo (PS), divulgou nesse mesmo dia os resultados de uma prometida auditoria interna às contas da Câmara dos últimos 16 anos em que teve uma gestão do PSD, revelando que encontrou “tesourinhos deprimentos” que precisam de justificação e que serão encaminhados para as autoridades.

“Uma auditoria tem de ser feita por uma pessoa e uma entidade isenta e imparcial. A pessoa que fez a auditoria não é licenciada nem em Gestão nem em Economia, portanto não tem habilitações para ser auditor”, começa por dizer Luís Gomes ao JA, referindo-se a Rui Setúbal, assessor financeiro do atual executivo vilarrealense.

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O deputado da Assembleia da República refere que essa pessoa “não é isenta nem imparcial porque é militante do PS e faz parte da listas do mesmo partido. É pai da chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de VRSA, Álvaro Araújo, e cunhado do diretor dos serviços jurídicos da autarquia. Portanto é tudo menos isento e imparcial, porque é parte interessada”.

“Os dados que são revelados estão completamente distorcidos com os dados que o Tribunal de Contas revelou no último relatório que produziu relativamente à dívida. Os dados que o Tribunal de Contas produziu relativamente à dívida era que o montante em excesso de dívida eram 89 milhões de euros. Isto são factos”, explica.

O ex-autarca do PSD considera ainda que “a auditoria não é credível por estas circunstâncias, nem tem uma pessoa habilitada a ser auditor”.

Luís Gomes defende que “a dívida que existe é dívida do investimento que foi feito”, uma vez que quando assumiu o cargo em 2005 “a autarquia estava muito atrasada”.

“Relembro que as crianças não tinham creches, os esgotos drenavam para o rio Guadiana e as praias não estavam tratadas”, acrescenta.

Ao JA, Luís Gomes acusa o atual executivo de fazer “contratos de empreitada três meses depois da obra ter terminado”, considerando esse ato como “crime”.

“O levantamento que o PSD faz a este governo municipal é que é preocupante”, refere.

O ex-presidente do município acrescenta ainda que “o diretor do departamento financeiro, através da sua empresa privada, paga a funcionários que estão a exercer atividades municipais” e que “o próprio auditor é pago ilegalmente pela Câmara Municipal, para além de receber um ordenado de 2500 euros, uma pessoa que nem sequer é licenciada”.

Luís Gomes recorda ainda que quando se tornou presidente do município existia uma dívida de quase 30 milhões de euros “que nem sequer estava registada nas contas”, além de outra entre os 40 e os 50 milhões de euros, pois as Piscinas Municipais, a nave desportiva e a escola de Cacela “não estavam pagas”.

O JA tentou contactar Conceição Cabrita (PSD), que foi presidente da Câmara Municipal de VRSA após os mandatos de Luís Gomes e que se demitiu em 2020 durante o escândalo da “Operação Triângulo”, sem sucesso.

Já o seu substituto durante poucos meses, Luís Romão (PSD), não quis comentar o assunto com o JA.

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