O Egito prepara-se para novos protestos esta sexta-feira, dia de oração, depois de o presidente Hosni Mubarak reafirmar que não vai renunciar ao cargo, como exigem milhares de manifestantes reunidos nas ruas há mais de duas semanas.
Na Praça Tahrir (Libertação) do Cairo, centro nevrálgico dos protestos contra o regime de Mubarak, milhares de pessoas passaram a noite na rua indignadas com a “teimosia” do presidente, que se agarra ao poder.
O número de barracas na praça aumenta a cada dia. Durante a madrugada, os manifestantes discursaram e gritaram frases contra o regime.
Na quinta-feira, Mubarak fez um discurso onde anunciou a transferência de poderes ao vice-presidente Omar Suleiman, mas frustrou as expectativas ao afirmar que permanecerá no cargo até as eleições de setembro, nas quais prometeu não ser candidato.
Também disse que está determinado a viver e morrer no Egito, uma má notícia para os que esperavam que Mubarak partisse para o exílio, abrindo caminho para as reformas democráticas exigidas pela população. O presidente de 82 anos está no poder desde 1981.