A historiadora algarvia Maria da Graça Ventura vai receber o prémio da Fundação Calouste Gulbenkian no dia 7 de dezembro, pelas 15:00, na Academia Portuguesa de História, em Lisboa.
Ao JA, a autora da obra que será reconhecida “Por Este Mar adentro”, disse estar “muito feliz”, uma vez que “é o reconhecimento do mérito do livro e do trabalho que culminou com a edição desse objeto”.
Este livro de grande formato põe o Algarve no centro da expansão hispânica nas Índias Ocidentais e que relata os êxitos e fracassos de vários mareantes e emigrantes algarvios na América Hispânica.
A historiadora recupera os percursos de vida dos protagonistas deste fluxo migratório e ressitua historicamente o Algarve na dinâmica económica do espaço Atlântico.
“O prémio tem sempre muita importância para o autor e para a divulgação da obra. Para mim, o que importa é o mérito que é atribuído ao livro por uma entidade como a Fundação Calouste Gulbenkian, de grande prestígio nacional”, acrescenta.
Este prémio monetário de dois mil euros será entregue após uma cerimónia que contará com a participação do cardeal José Tolentino de Mendonça.
“Eu não escrevo a pensar que vou receber um prémio por esse trabalho. Mas a verdade é que quando este livro foi finalizado e eu o recebi, achei que na sua totalidade estava tão interessante que poderia ser objeto de um prémio”, conta ao JA.
Maria da Graça Mateus Ventura é investigadora associada no Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa, co-fundadora e presidente do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica, membro da Asociación Española de Americanistas e da Associação de Historiadores Latino-Americanistas Europeus.
Dirige também a coleção “Travessias” e a “Meridional: Revista de estudos do Mediterrâneo”.
Não foi a única autora algarvia a ganhar este ano um dos prémios da Academia Portuguesa da História. Também o investigador Nelson Vaquinhas.