Memórias e histórias do Farol centenário recordadas no Arquivo

“O farol é a nossa história”

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As memórias e histórias relacionadas com o Farol de Vila Real de Santo António, que celebra esta sexta-feira, dia 20 de janeiro, o seu 100.º aniversário, estiveram em destaque no final da tarde de quinta-feira, dia 19 de janeiro, no Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes.

José Cruz, Fernando Pessanha, Neto Gomes e o comandante João Martins foram os protagonistas desta conversa ao final da tarde, que ouviram ainda testemunhos de algumas das pessoas presentes, que recordaram outros tempos do farol, com emoção.

Fernando Pessanha começou por fazer uma nota introdutória com o contexto histórico do farol, que é património do Estado e entrou em funcionamento em janeiro de 1923.

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Construído num local arenoso, tem 46 metros de altura e um alcance até 48 quilómetros, com a sua luz que entra diariamente nas casas do sotavento algarvio e que guia quem está no mar.

Segundo o historiador vilarrealense e colaborador do JA, o farol continua a ser um “ponto de referência para as embarcações portuguesas e espanholas”, tendo sido eletrificado em 1927.

Através da consulta de documentos encontrados apenas nos arquivos militares e da Marinha Portuguesa, Fernando Pessanha revelou que o elevador foi instalado em 1957 e que a sua vista chega à serra, mar, litoral, mata, dunas, Andaluzia e baía de Monte Gordo.

Já José Cruz partilha o sentimento de todos os presentes e de todos aqueles que vêm o farol todos os dias: “o nosso farol”.

Após contar várias histórias relacionadas também com o antigo farolim de ferro, José Cruz, também colaborador do JA, terminou a sua intervenção “como uma redação da escola primária”: “eu gosto muito do nosso farol”, como todos nós.

Neto Gomes, também natural de Vila Real de Santo António e colaborador do JA, considera que o farol foi o “nosso primeiro drone” instalado numa “localização de interesse turístico”.

“O farol é a nossa história” e “a nossa luz mais brilhante”, além de ser uma “estrela orientadora da navegação” e que tem como objetivo “dar o braço às embarcações”.

Neto Gomes acrescenta ainda que “a única luz que nos poderá iluminar o futuro será a luz do farol”.

Já o comandante João Martins reforçou a ideia de que “o farol é de onde está implantado” e “desta comunidade” de Vila Real de Santo António.

Com uma guarnição atual de três faroleiros, diariamente o trabalho destes homens passa também por cerca de “200 ajudas à navegação”.

Questionado sobre as visitas ao farol não se realizarem atualmente, o comandante justifica a razão com a manutenção do mesmo e a falta de profissionais.

“Gostaríamos de abrir mais o farol a visitas mas é humanamente impossível. Tem de se estudar localmente, com a possibilidade de realizar parcerias com a Câmara Municipal”, explica.

Assumindo a “missão de preservar” o farol, destacou no final a importância que estas infraestruturas continuam a ter nos dias de hoje.

Entre os testemunhos partilhados de quem estava presente na sessão esgotada, foi destacada a força da luz do farol que chegou a ser vista desde o Alentejo, mais propriamente de Mértola.

Outro dos assuntos falados na sessão foi o falecimento de 16 pessoas durante a construção do farol, com a queda de um andaime.

Entre os presentes estava uma pessoa que nasceu e cresceu no farol de Vila Real de Santo António, filho de um faroleiro da época.

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