Militares vigiam locais considerados “sensíveis” de Bruxelas

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Elementos do exército belga, de arma na mão e cara coberta, caminham de um lado para o outro em frente à embaixada dos Estados Unidos da América, em Bruxelas. A mobilização progressiva de 300 militares para vigiar locais considerados sensíveis é uma das doze medidas anunciadas pelo governo de Charles Michel para combater o terrorismo.

“Os ataques podem voltar a acontecer e sinto-me mais descansada quando sei que o governo está a tomar medidas”, conta uma cidadã belga que passeia no Parque Royal, junto à embaixada norte-americana.

Apesar da presença militar, a tarde de domingo está calma junto ao Palácio Real de Bruxelas. Pais empurram carrinhos de bebé, homens e mulheres passeiam e praticam desporto. A cidade tenta manter o ritmo “habitual” de fim-de-semana. “Eu já estive no Líbano e, para mim, Bruxelas é muito segura”, conta um outro belga tentando desmistificar qualquer sentimento de medo.

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Há também quem admita alguma tensão depois do ataque ao Charlie Hebdo, em Paris, e da megaoperação da polícia federal belga, na passada quinta-feira, para impedir um atentado no país. “Há uma preocupação”, admite uma portuguesa que vive no país há vários anos. Ao mesmo tempo, diz que “ainda não se sente uma grande diferença no dia-a-dia”, referindo-se ao modo de vida e à reação de quem vive na capital belga.

Nas ruas, circulam mais carros da polícia do que habitual. Em locais específicos, como a principal Sinagoga da cidade e a Embaixada de Israel, os militares levam a cabo operações de vigilância. O novo edifício da polícia federal, apontado com um dos alvos dos ataques que estariam a ser planeados, também continua a ser vigiado.

Entre as novas medidas de segurança anunciadas pelo executivo está ainda a possibilidade de que a nacionalidade seja retirada a cidadãos considerados terroristas. Um maior controlo e detecção das ações de radicalização nas prisões é também um objetivo.

Este domingo de manhã a polícia belga voltou a fazer buscas na região de Bruxelas. De acordo com o ministério público não houve detenções. Os meios de comunicação social belgas avançam ainda que os dois presumíveis jiadistas, abatidos pela polícia na cidade de Verviers, seriam afinal de Bruxelas e teriam idades entre os 20 e os 30 anos.

O jornal Le Soir decidiu publicar uma sondagem, feita após os atentados de Paris e antes da operação de quinta-feira na Bélgica, em que dá conta que “80% dos belgas temem novos atentados”. O inquérito mostra ainda que 76% responderam “não” à pergunta “tem agora mais medo nos espaços públicos”. Para a sondagem foram questionadas por telefone 1162 pessoas, com mais de 18 anos, entre 14 e 15 de janeiro.

RE

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