Ministro diz que ciclo de fecho de linhas férreas está a inverter-se

“Pela primeira vez em muito tempo, estamos a inverter o ciclo de encerramento de linhas e de redução de serviço”

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O ministro das Infraestruturas disse, no parlamento, que o Governo está a inverter o ciclo de encerramento de linhas ferroviárias e de redução de serviço e que o futuro passa pela construção de comboios em Portugal.

“Pela primeira vez em muito tempo, estamos a inverter o ciclo de encerramento de linhas e de redução de serviço”, afirmou João Galamba no debate pedido pelo PCP sobre a situação da ferrovia nacional, destacando que à discussão do tema “não é alheio a centralidade que o Governo tem dado a este setor tão importante para a vida das pessoas e para o nosso futuro coletivo”.

Entre os projetos lançados pelo Governo, o ministro destacou a reabertura das oficinas de Guifões, a recuperação de material circulante e a contratação de novos quadros na CP e na Infraestruturas de Portugal (IP), sublinhando que foi possível “estabilizar o serviço ferroviário, reduzir as supressões e acelerar o ritmo” das obras na ferrovia.

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“Hoje temos mais de 500 km de linhas ferroviárias em obra, correspondendo a 1.200 milhões [de euros] de obras em curso nas linhas do norte da beira alta do Oeste, de Évora, de Cascais, de Sines e do Algarve”, enumerou.

Contudo, João Galamba assumiu que há problemas nesta área e trabalho por fazer: ”sabemos que em vários territórios estamos longe de poder oferecer o serviço ferroviário do que o país precisa”, destancando ainda componente industrial.

“Todos estes passos convergem para que as nossas empresas, a nossa indústria e os seus trabalhadores tenham a capacidade de fabricar comboios em Portugal e hoje temos todas as razões para acreditar que essa capacidade existe”, frisou.

O deputado Bruno Dias, do PCP, lembrou “os anos em que PS e PSD alternavam alegremente na destruição da ferrovia nacional, no encerramento de linhas, na pulverização da CP, na destruição da Sorefame, na montagem de PPP que exauriram os recursos públicos, na liberalização da ferrovia a mando dos pacotes ferroviários da EU”.

Para o deputado comunista, os investimentos arrastam-se, os concursos marcam passo, os financiamentos e os processos de recrutamento são bloqueados pelo Governo, levando à degradação da ferrovia.

“Sucedem-se atrasos, problemas e incidentes nas intervenções em curso na rede ferroviária nacional, a suscitar preocupações e perplexidades sobre as opções que estão a ser seguidas. São inúmeras as situações de comboios suprimidos por falta de pessoal ou por falha de material circulante”, afirmou Bruno Dias, acrescentando que as estações estão cada vez mais desguarnecidas, sem trabalhadores, sem informação afixada ou antecipada sobre a entrada de comboios.

Para o deputado, muitos dos problemas que a ferrovia tem seriam evitados se não houvesse uma separação entre CP e IP, defendendo a reconstrução da REFER ligada à CP.

No dia em que foram conhecidos resultados positivos de 8 milhões de euros em 2022 da CP, Bruno Dias considerou que “só com uma CP una, pública e nacional será possível dinamizar uma política de promoção do transporte ferroviário, incluindo na vertente de construção nacional de material circulante, e da sua articulação com o equilíbrio territorial e o desenvolvimento do País”, exortando o Estado a fazer o saneamento financeiro empresa, “retirando-lhe a dívida que nela parqueou”.

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