Moradores de Vale da Lama voltam a exigir solução para fumos emitidos por fábrica de cortiça

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Os moradores em Vale da Lama, no concelho de Silves, exigiram esta semana (uma vez mais) o fim da emissão dos fumos emitidos pela fábrica de cortiça do Grupo Amorim, manifestando-se indignados pela demora na resolução do problema.

Os moradores alegam que a Corticeira Amorim Cork Insulation não cumpriu o plano apresentado à Câmara Municipal e à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, que previa até ao final do mês de agosto a eliminação dos fumos e do ruído produzido pela fábrica.

A emissão de fumos e o ruído da fábrica dedicada à produção de aglomerados de isolamento de cortiça e instalada no Vale da Lama, em Silves, tem motivado, há vários anos, queixas dos moradores.

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As queixas motivaram a que o município tivesse tomado a iniciativa de servir de mediador entre a corticeira, residentes, a CCDR do Algarve e o Grupo Pestana, com um campo de golfe também afetado pelo fumo.

Um dos representantes do movimento cívico “Vizinhos da Fábrica”, Nuno Neves, disse que “o problema não foi resolvido totalmente, existindo, sim, uma diminuição do fumo durante o dia”, não se verificando o mesmo à noite.

“Há menos fumo durante o dia e um aumento à noite. O plano ao qual a empresa se comprometeu não foi cumprido e, mais uma vez, estão a protelar a resolução do problema, alegando que há atrasos nos trabalhos”, apontou.

De acordo com Nuno Neves, “o que tem sido feito, ao contrário do que seria o essencial, que era acabar com os fumos, são trabalhos de cosmética, com melhoramentos de zonas envolventes à fábrica, com árvores e iluminação”.

Segundo o responsável, nas reuniões periódicas realizadas na Câmara de Silves para apresentação do andamento do processo, a empresa alega que os poluentes emitidos estão dentro dos parâmetros legais, mas não apresenta qualquer documento a justificar.

Residentes pedem resultados da análise ambiental

“Queremos ver os resultados dos testes feitos pela empresa para termos a certeza de que não existe poluição ambiental que possa por em risco a saúde das pessoas”, reivindicou.

Para pedir o fim do desconforto ambiental, o movimento composto por residentes na proximidade da fábrica promove concentrações à entrada da Câmara nos dias em que decorrem as reuniões.

O grupo cívico pretende pressionar a Corticeira Amorim Cork Insulation a resolver o problema.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa em maio passado, a Corticeira Amorim alegou que está a “cumprir com detalhe o plano estabelecido com as entidades oficiais e em que participaram os moradores”.

No documento, a empresa adianta que de acordo com as suas obrigações legais “informa periodicamente a CCDR do Algarve sobre os parâmetros das emissões gasosas de duas fontes de emissão: Caldeira (emissão do denominado fumo preto que acontecia no arranque da Caldeira) e Autoclaves (emissão do chamado fumo branco resultante do vapor de água utilizado no processo)”.

Na altura, a empresa sustentou que “nenhuma inconformidade legal foi detetada nas emissões”, tendo sido instalada em janeiro de 2022 “uma nova caldeira que resolveu o problema do fumo preto”.

Relativamente ao fumo branco, foram iniciados testes do sistema do primeiro filtro e dependendo do resultado, poderá ser ou não necessário um segundo sistema de filtro, referiu, na ocasião, a mesma fonte.

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