O mistério dos drones que sobrevoam locais sensíveis de Paris

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Desde outubro do ano passado que as autoridades francesas tentam desvendar o mistério dos drones que periodicamente sobrevoam locais ultrassensíveis, como uma base naval com submarinos e equipamentos nucleares na zona mais oeste da Bretanha, centrais nucleares em todo o território, ou o Palácio do Eliseu.

Esta terça-feira, os franceses voltaram a acordar sobressaltados com as notícias de que, durante a madrugada, zonas das mais sensíveis de Paris, como a Praça da Concórdia, onde está localizada a Embaixada dos Estados Unidos da América, a Torre Eiffel, a Esplanada dos Inválidos e a Praça da Bastilha, foram sobrevoadas por pelo menos cinco drones.

Até a meio da tarde, os serviços secretos e a polícia pareciam às aranhas e ainda não tinham identificado ninguém relacionado com os misteriosos voos dos aparelhos que podem ser equipados com câmaras de filmar e são telecomandados à distância por um “piloto”.

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Desde há cinco meses, foram detetados 20 drones em voos não autorizados em zonas protegidas de toda a França. A investigação nunca conseguiu chegar nem aos organizadores nem aos “pilotos” das enigmáticas operações, que também nunca foram reivindicadas.

Os franceses e os especialistas em defesa manifestavam nesta terça-feira alguma apreensão porque os cinco drones detetados, a partir da meia-noite em Paris, pareciam indicar que se tratava de uma ação concertada e organizada quase em simultâneo em diversos pontos da capital.

“Simples amadores não poderiam ter levado a cabo a operação desta noite, não se tratou certamente de uma brincadeira, porque ela necessitou de meios financeiros relativamente importantes e de uma organização eficaz”, diz Cristophe Baudin, especialista em defesa aérea.

O mistério sobre as razões dos últimos estranhos voos permanecia total várias horas depois de ter sido visto o último drone, às seis horas da manhã (cinco em Lisboa) na zona da Praça da Bastilha. Na ausência de pistas credíveis, os parisienses mantinham uma relativa calma mas alguns inquietavam-se porque os drones sobrevoaram locais onde o estado de alerta contra atentados, das forças de segurança, se encontra no nível máximo.

Por exemplo, o bairro da Embaixada dos Estados Unidos é protegido em permanência por imponentes forças policiais e militares, o mesmo acontecendo em todo o vasto parque e nos quarteirões adjacentes à Torre Eiffel.

A 20 de janeiro, um drone foi detetado a sobrevoar o Palácio do Eliseu. Na altura, as autoridades tranquilizaram de imediato a população, dizendo que o aparelho era demasiado ligeiro e que, por esse motivo, não tinha capacidade para transportar bombas.

Paris, bem como outras cidades francesas, continuam em estado de “alerta atentados vigipirate” para prevenir eventuais ataques terroristas. Mais de dez mil militares participam, em conjunto com as forças policiais, nas operações de vigilância, que foi reforçada igualmente nos aeroportos, transportes e locais turísticos, incluindo os grandes centros comerciais mais famosos e mais chiques da capital francesa.

RE

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