“O Presidente não se pode autolimitar”

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Marcelo Rebelo de Sousa defendeu este domingo, no seu comentário semanal na TVI, que “o Presidente da República não se pode autolimitar”. O comentador e ex-líder social-democrata referia-se às declarações de Cavaco Silva, onde anunciava que não irá nomear um Governo que não seja estável e forte.

“Penso que o Presidente não se pode autolimitar”, reforça Marcelo. “E estas notícias ou formas, diretas ou indiretas, de dizer que vai exigir um acordo estável, são autolimitações dispensáveis, que o podem colocar no centro da campanha eleitoral legislativa, para além de ser o centro campanha eleitoral presidencial”, sublinha, acrescentando que esse cenário pode ser “negativo”.

E questiona ainda: “Para que é que Cavaco se vai autolimitar dizendo que uma solução assim não nomeia? É que se não nomear, sabe qual é o efeito?” Para explicar melhor as suas reservas, Marcelo coloca o cenário de um partido que ganha as eleições sem maioria absoluta. “Mantém-se o Governo atual em gestão, não há orçamento, o Governo em duodécimos, caem as medidas impostas pelo memorando, sobe o défice e não é possível novas eleições antes de maio ou junho”, explica, acrescentando que este é o cenário em que se exige “à força” um Governo “duradouro” – isto é, aquele que Cavaco defende.

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Deste modo, o comentador da TVI sublinha que o Presidente da República terá “mais poder, quanto menos falar sobre este assunto” nesta fase. “Tem que se manter incólume para poder intervir mais tarde. Bem pode dizer, eu não nomeio. E depois? Fica limitado”.

Biografia de Passos é “controlada” e tem “lapsos”

A biografia de Pedro Passos Coelho foi outro dos temas em destaque este domingo. Marcelo refere que o livro mostra apenas “uma visão da realidade” e que é parcial, já que não se “ouvem pessoas do outro lado”.

Mas assevera que não percebe a polémica relativamente à passagem o livro que envolve a crise na coligação, com a saída de Vítor Gaspar do Ministério das Finanças e a entrada de Maria Luís Albuquerque para o substituir – e a consequente demissão de Paulo Portas. “A autora é que diz que o Governo esteve em banho-maria durante a crise de 2013. O que é de passos Coelho está entre aspas”, assegura.

“O que é curioso é o alarido que isto provocou”, diz. “Está certo que não foi por SMS, mas por carta [que Portas se demitiu]”, mas “não se justifica”. A existir uma razão por detrás da polémica, o comentador evidencia-a: esta só é explicada por uma “tensão subjacente” ao PSD e CDS. “Para além do que vem nos jornais, só teve o eco que teve nos próprios (CDS e Paulo Portas) porque de facto correspondia a feitios opostos com um relacionamento difícil, com antecedentes”.

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