Paco de Lucia: O génio que levou o flamenco aos quatro cantos do mundo

ouvir notícia

.

Aprendeu a tocar guitarra com o pai, aos 5 anos, e transformou-se num dos maiores guitarristas da história contemporânea. Filho de uma castro-marinense, este sábado vai ser homenageado, com um concerto, naquela vila algarvia

.

DOMINGOS VIEGAS

- Publicidade -

Francisco Sánchez Gomes (Paco de Lucía) nasceu na cidade espanhola de Algeciras no dia 21 de dezembro de 1947. Era o mais novo dos cinco filho do casal constituído pela portuguesa Luzia Gomes, natural de Castro Marim, e pelo guitarrista espanhol António Sánchez.

Começou a aprender a tocar guitarra com o pai, quando tinha apenas cinco anos. Em 1959, com 12 anos, sobe pela primeira vez a um palco e, pouco tempo depois, ganha um prémio no Festival Internacional de Flamenco de Jerez de la Frontera. Nesta altura integrava o duo Los Chiquitos de Algeciras, com o irmão Pepe.

Gravou o seu primeiro disco aos 18 anos, “Dos Guitarras Flamencas” (1965), em duo com Ricardo Modrego. A partir daí e até à sua morte, em 2014, gravou mais de oitenta discos, metade dos quais em solitário, entre os quais “Castro Marim” (1981) e “Luzia” (1998), ambos dedicados às suas origens portuguesas, e os restantes com outros artistas, com destaque para os também guitarristas Al DiMeola e John McLaughlin, o pianista Chick Corea e o “cantaor” de flamenco Camarón de la Isla. Foi ainda autor de 14 bandas sonoras para outros tantos filmes.

A sua inspiração e o seu talento, materializados nos seus trabalhos discográficos, transformaram-no num dos maiores guitarristas da história contemporânea e no principal responsáveis pela internacionalização do flamenco, estilo musical que levou aos grandes palcos dos cinco continentes.

Apesar da sua longa discografia, Paco de Lucía destacou 17 discos como os seus favoritos, por terem sido aqueles aos quais dedicou o seu maior esforço: “La Fabulosa Guitarra de Paco de Lucía” (1967), “Fantasia Flamenca de Paco de Lucía” (1969), “El Duende Flamenco” (1972), “Fuente y Caudal” (1973), “Paco de Lucía en Vivo desde el Teatro Real” (1975), “Almoraima” (1976), “Solo Quiero Caminar” (1981), “One Summer Night” (1984), “Siroco” (1987), “Zyryab” (1990), “Concierto De Aranjuez” (1991), “Paco de Lucía interpreta Manuel de Falla” (1992), “Live in America” (1993), “Luzia” (1998), “Cositas Buenas” (2004), “Nueva Antologia – Edicion Conmemorativa Principe de Asturias 2004” (2004), “Paco de Lucía, En Vivo, Conciertos España” (2010).

“São os que considero que formam a minha carreira criativa dentro do flamenco, com os que sofri mais e com os que desfrutei mais. Neles está o trabalho que marca a minha evolução como músico desde o início da minha carreira. Incluo, junto aos discos de criação pura, alguns discos gravados ao vivo, os quais também refletem a minha trajetória, e uma antologia cujos temas foram escolhidos por mim”, escreveu Paco de Lucía, no seu sítio da internet, antes de falecer.

Em 2004 foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias (também considerado o Nobel espanhol) e no mesmo ano recebeu um Grammy pelo melhor álbum de flamenco. Seguiu-se o Prémio Nacional de Guitarra de Arte Flamenco, a Medalha de Ouro Mérito das Belas Artes, 1992, o Prémio Pastora e o Prémio da Música, 2002. Faleceu no dia 25 de fevereiro de 2014 em Playa del Carmén, no México, aos 66 anos, vítima de ataque cardíaco.

.

.

.

.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.