O primeiro-ministro voltou a admitir esta sexta-feira uma “discriminação positiva” nas portagens do interior do país e também no Algarve, neste último caso “por razões específicas”.
À margem de uma visita à Guarda, no âmbito da pré-campanha eleitoral, Passos Coelho admitiu que já existem condições para reduzir os custos das portagens, depois da renegociação dos contratos das PPP. A “discriminação positiva” será aplicada, garante o primeiro-ministro, relativamente ao tráfego ligeiro e de mercadorias.
Em julho, numa entrevista dada em São Bento, Pedro Passos Coelho já tinha admitido “mexer nas tarifas”, diminuindo o custo das portagens nas ex-SCUT, nomeadamente na Via do Infante.
Dias antes, o secretário-geral do PS, António Costa, admitia rever as portagens na Via do Infante. Numa entrevista à TVI, Costa disse mesmo que é um “absurdo” considerar a EN 125 uma alternativa à autoestrada.
Entretanto, os candidatos do PS pelo círculo eleitoral de Faro também defendem a redução imediata do valor das portagens na Via do Infante (A22), “até cinquenta por cento”, com fundamento num estudo técnico desenvolvido por um conjunto de economistas e docentes da Universidade do Algarve.
Porém, para a comissão de utentes, “o que interessa verdadeiramente não é a redução do tarifário da cobrança de portagens, como defendem o PS, PSD e CDS, mas sim abolir completamente as portagens, devido à tragédia que está a causar à região”.
A comissão de utentes garante, assim, que não se vai contentar com a redução das portagens que têm sido referidos pelo Governo e exige a abolição completa da cobrança na Via do Infante. Até porque, alegam, mesmo depois de concluída a requalificação da EN 125, a estrada nacional nunca será uma alternativa à A22.
Segundo os últimos números oficiais, os acidentes estão a provocar este ano mais mortos e feridos do que em anos anteriores. Desde 1 de janeiro e até 15 de setembro, foram registados no Algarve 30 mortos, contra os 19 registados no mesmo período de 2014 e os 14 registados em 2013.
Nuno Couto/JA