O grupo parlamentar do PCP questionou o ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, no final da semana passada, sobre a eventual implantação de um empreendimento imobiliário de grande dimensão na zona de Monte Clérigo, no concelho de Aljezur, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV).
Os comunistas exigem saber qual a avaliação que o Governo faz do impacto ambiental de um empreendimento desta dimensão e qual a justificação que o Governo dá para facto de “o plano de ordenamento do PNSACV abrir a possibilidade de implantação de estruturas e empreendimentos imobiliários de grande dimensão, ao mesmo tempo que estabelece um conjunto vastíssimo de restrições, imposições e proibições para os usos comuns e tradicionais do espaço e dos recursos por parte das populações locais”.
A polémica surgiu depois de uma empresa de mediação imobiliária ter anunciado a venda, por 10 milhões de euros, de um terreno de 311 hectares, junto à praia de Monte Clérigo. O projeto prevê três hotéis, 200 moradias, 200 apartamentos, um heliporto e um campo de golfe.
“A posição do PCP não é a de hostilização do investimento no turismo e no setor imobiliário, mas não pode aceitar que se sacrifiquem a conservação da natureza e os direitos das populações, os seus hábitos e meios de subsistência à avidez dos grandes grupos económicos”, conclui o grupo parlamentar dos comunistas.
JA
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Atrevam-se
É um assassínio de um lugar valioso da paisagem natural. Portugal vai ver gravemente adoecido o seu território nacional. Para fruir da natureza ela tem que existir. O turismo de massas tem que ser travado. Se tal empreendimento for avante, este país apodrece um pouco mais e quem desta praia tem beneficiado, ano após ano, vai morrer também. Profundamente triste.
Conheço muito bem Monte Clérigo, já lá passei em casa de pessoa amiga, muitos Verões e alguns Invernos, é um dos muito poucos Santuários que ainda existem no nosso Algarve, Parabéns ao PCP, por tentar que não deixem os novos VAMPIROS sugarem o sangue das nossas lindas praias.
A avó do meu marido tem lá perto uma pequena casinha de porta e janela, mais pequena que muitas salas comuns. É a única casa da senhora, com divisões minúsculas. Não lhe é permitido aumentar nem mais 1cm apesar de inserida num terreno enorme… A família só queria dar melhores condições à casa de uma pessoa já com algumas limitações de mobilidade. Mas não é uma grande empresa multinacional……
Com o Algarve ali tão perto a servir de €x€mplo. É mesmo disso que a costa vicentina está a precisar – mamarrachos e hordas de gente encarniçada a poluir a paisagem.