Plataforma digital vai ajudar a combater e prevenir furtos agrícolas em Tavira

A adesão à plataforma é voluntária

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A autarquia de Tavira apresentou na quarta-feira, dia 12, uma plataforma informática que permite identificar proprietários de terrenos agrícolas e o tipo de plantação que é feita na parcela para ajudar a evitar furtos de produtos agrícolas, como a alfarroba.

A Plataforma “Tavira + Segura” foi criada pela autarquia, com o apoio da GNR e da Direção Regional de Agricultura do Algarve, e reúne a informação introduzida voluntariamente por proprietários, como a localização, a área, o tipo de plantação que é feita no local ou até o número de árvores existentes em cada uma delas, explicou a presidente do município, Ana Paula Martins.

Na apresentação da iniciativa, feita na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira, Ana Paula Martins lembrou que a zona de barrocal e de serra existente no concelho foi no último ano muito atingida por furtos de alfarroba e a plataforma surgiu da necessidade de “dar uma resposta a este problema”.

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Presente na apresentação, o capitão da GNR Serrano Galego explicou que, ao fazerem o registo, os proprietários têm acesso a um dístico com um número criado especificamente para o efeito que dará às forças de segurança acesso a toda a informação referente a esse local e servirá como “elemento dissuasor” para os autores do crime, ao conterem também os dísticos da GNR e de outras entidades parceiras.

Por outro lado, esta ferramenta permite também avançar com mais segurança na identificação de proprietários para que formalizem as queixas contra quem faz furtos de alfarroba e colhe ilegalmente nos terrenos.

Na posse desse número, as autoridades conseguem saber quem é o proprietário, ter acesso aos contactos e geolocalizar o local, permitindo um acesso mais rápido, mas também saber em que ponto a colheita está, direcionando o patrulhamento para áreas onde a recolha dos frutos ainda não foi realizada.

A Plataforma tem também a “mais-valia” de disponibilizar informação como os poços existentes nos terrenos e o estado em que se encontram e é “também uma ferramenta útil” em caso de incêndio ou de outra emergência.

“A adesão é voluntária e a informação só vai ser utilizada para estes fins”, afirmou a autarca, apelando aos proprietários para que façam o registo na plataforma e adiantando que as juntas de freguesia do concelho têm equipas preparadas para dar apoio nesse processo a quem tenha mais dificuldade de acesso a ferramentas digitais.

Ana Paula Martins frisou que a plataforma não vai ser utilizada para outros fins e foi criada no espaço de nove meses, com o contributo dado pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.

Também presente na apresentação, o diretor regional de Agricultura do Algarve, Pedro Valadas Monteiro, classificou a plataforma como uma ferramenta “muito importante” para Tavira, mas também para outros concelhos e para a região.

Pedro Valadas Monteiro lembrou que a alfarroba é uma espécie “emblemática do barrocal”, que existe em quase todos os terrenos, mas frisou que a ferramenta tem também capacidade para identificar outras espécies, o número de árvores existentes nas parcelas ou até a espécie de cada planta e o estado de maturação.

“Se num terreno houver meia dúzia de árvores, não se pode movimentar toneladas de alfarroba”, exemplificou, sublinhando que este aspeto é também depois importante para a tipificação do crime de furto e para o trabalho que as autoridades policiais e judiciais têm de fazer.

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