Portas avisa Passos sobre próximo Orçamento

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Líder centrista compreende as críticas ao seu partido feitas por eleitores desiludidos e defende-se com a responsabilidade que tinha sobre os ombros de não abrir uma crise política.

Paulo Portas admitiu esta madrugada, após o Conselho Nacional do CDS, que compreende as críticas que são feitas pelos eleitores do partido desiludidos com o Orçamento do Estado para 2013.

“Há muitos portugueses que depositaram confiança no CDS por causa de uma certa ideia sobre economia e uma certa ideia sobre os impostos. Para moderar a carga fiscal e para que haja empenho na redução da despesa, que é o essencial para não haver aumento da carga fiscal. Percebo inteiramente as críticas que esses portugueses nos possam fazer olhando para o Orçamento de 2013. A única diferença entre essas opiniões e as nossas decisões é que sobre os ombros desses portugueses não recaía a responsabilidade de abrir uma crise política”, disse Paulo Portas aos jornalistas, no final de uma reunião de mais de sete horas.

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O líder do CDS deixou, por outro lado, um aviso claro ao parceiro de coligação. “Muitos conselheiros expressaram a ideia de que gostariam que as posições do CDS em matéria nomeadamente de política fiscal pudessem ter sido mais ouvidas”, informou Paulo Portas, acrescentando: “E foi muito nítida a ideia de que o Orçamento do Estado para 2014 tem de ser diferente do Orçamento para 2013, nomeadamente quanto ao equilíbrio que é preciso repor entre reduzir a despesa do Estado consigo próprio com reduzir encargos suplementares às empresas e famílias.”

Moção de críticos recusada

A posição de força de Paulo Portas vem ao encontro do que já tinha sido dito, no fim de semana passadq, em entrevista ao Expresso, pelo porta-voz do CDS, João Almeida. Noutro ponto, o líder centrista assumiu a argumentação apresentada na entrevista de Almeida: a ideia de que o corte de 4 mil milhões de euros não significa qualquer refundação, ao contrário do que foi dito por Passos Coelho.

Num Conselho Nacional pacífico (“O partido pareceu-me bastante mais coeso do que algumas notícias, com alguma precipitação, anunciavam”, resumiu Paulo Portas), foi recusada por larga maioria uma moção, apresentada pelos críticos da atual direção. O Movimento Alternativa e Responsabilidade propôs uma renovação do compromisso de coligação com o PSD, reafirmando “o firme propósito de cumprir o Programa de Governo de coligação PSD-CDS até ao fim da legislatura”, mas o texto só recolheu o apoio de dez dos conselheiros.

Filipe Santos Costa (Rede Expresso)
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