Portugal encara G20 como oportunidade e maior visibilidade no plano internacional

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Portugal encara a participação no G20, sendo país observador, como uma oportunidade de projetar o país e de aumentar a sua visibilidade no plano internacional, explicou a diplomacia portuguesa no primeiro dia de reuniões do grupo.

“É uma grande oportunidade de projetar Portugal e de termos uma visibilidade acrescida no plano internacional, participando numa plataforma internacional muito relevante”, frisou o diretor geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e sherpa para o G20, o embaixador Rui Vinhas.

As declarações do diplomata português foram proferias à margem do primeiro dia de reuniões, do grupo Sherpas no Palácio Itamaraty, em Brasília, na segunda-feira, dia 11.

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As reuniões do grupo Sherpas, composto por emissários dos líderes do G20, e dos observadores, têm como missão supervisionar as negociações, discutir os pontos que formam a agenda da cimeira, que será realizada em novembro no Rio de Janeiro, e de coordenar os trabalhos do grupo que reúne as maiores economias do mundo.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

“Histórico”, definiu assim Rui Vinhas, referindo-se ao facto de ser a primeira vez que Portugal participa no G20.

“Por isso estamos agradecidos ao Brasil”, enfatizou o diplomata, frisando, contudo, que esta participação acarreta uma “grande responsabilidade”.

Também o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, sublinhou a oportunidade de Portugal ao participar das reuniões do grupo de que reúne as maiores economias do mundo e enalteceu o facto de no próximo ano virem ao Brasil “centenas de funcionários, altos funcionários, governantes portugueses” contribuírem para estas reuniões.

O embaixador de Portugal no Brasil referia-se ao facto de ao longo do mandato do Brasil estarem previstas mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho, em nível técnico e ministerial, em cinco regiões brasileiras, culminando com a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro de 2024.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, como reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

“Nós estamos muito confortáveis com estas três prioridades, que no fundo são também prioridades portuguesas”, disse Rui Vinhas, que enfatizou ainda que Portugal ambiciona dar “contributos nas áreas em que o G20 tem a sua marca”.

Contribuir para que o G20 se concentre nas áreas económicas, afastando as questões geopolíticas atuais que possam criar menos consenso entre as principais economias do mundo é um dos objetivos de Portugal como país observador.

Em conferência de imprensa, o embaixador brasileiro Mauricio Lyrio, responsável da chancelaria do G20, afirmou ser “consenso entre os países que o combate à fome, à pobreza e à desigualdade é uma questão urgente, que precisa de esforços globais”.

Em relação à governança global, o embaixador brasileiro frisou que “todos concordam que é urgente tratar da reforma da governança global, das instituições mundiais”.

As reuniões do grupo de trabalho de Sherpa prosseguiram em Brasília, tendo já sido aprovadas as propostas brasileiras em relação à aproximação das discussões financeiras (grupo de trabalho Finanças e políticas (grupo de trabalho Sherpa) e o incentivo ao diálogo com a sociedade civil.

Na quarta-feira, os dois grupos que norteiam os trabalhos do G20, Sherpas e Finanças, estiveram reunidos, pela primeira vez.

Na quinta-feira e sexta-feira decorreu, também, no palácio do Itamaraty, a reunião de finanças, que contou com a presença de vice-Ministros das Finanças e vice-Presidentes de Bancos Centrais do G20.

Os membros do G20 são as 19 principais economias do mundo: Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.

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