Portugal não aguenta mais impostos

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No primeiro painel da Conferência da Exame “Ideias sobre um pacto de crescimento”, os oradores são unânimes: Portugal não aguenta mais impostos e são precisos mais cortes na despesa pública.

“Este caminho não está a resolver o défice e a dívida e põe em causa a sustentabilidade da nossa economia”, afirmou José Vieira da Silva no primeiro painel da conferência Portugal em Exame, subordinado ao tema “10 ideias para um pacto de crescimento”.

Para o deputado socialista, a “sobredosagem da austeridade” está a ter consequências “dramáticas” na economia portuguesa.

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“Com cortes na despesa e mais impostos só conseguimos até agora uma redução do défice irrisória”, disse Vieira da Silva, sublinhando que esse caminho tem que ser invertido com coragem e com uma melhor utilização dos mecanismos disponíveis.

“Portugal não está a utilizar de forma plena os mecanismos de que dispõe ao serviço da Economia”, acusou.

Também Augusto Mateus, presidente da Augusto Mateus & Associados, defendeu que a economia portuguesa tem que mudar.

Problema de competitividade “colossal”

“Como temos um problema de competitividade colossal, temos que mudar radicalmente a nossa economia”, afirmou o antigo ministro, considerando ser vital uma maior abertura da economia e a reafetação dos recursos e dos incentivos futuros.

“A grande tarefa nacional é concentrar os recursos e não dispersá-los para sairmos desta crise”, acrescentou.

Luís Mira Amaral, presidente do banco BIC Portugal, diz que a economia está “moribunda” e que uma das prioridades devia ser diminuir a despesa pública primária em metade em oito anos.

“O que está a sugar a riqueza do sector privado é o desequilíbrio do sector público. Não é preciso ser economista para perceber isso”, declarou.

“Eu prefiro cortes na despesa, do que a subida dos impostos, uma vez que esta alternativa tem vantagem porque quando retomarmos o crescimento já estaremos com um endividamento mais baixo”.

Conjuntura da zona euro

Carlos Tavares, presidente da CMVM, considerou , por sua vez, que a situação de Portugal tem que ser discutida no contexto da zona euro, que tem um “pecado original” que é colocar no mesmo espaço monetário países que tem níveis de riqueza e produtividade muito diferentes.

“Não há país fora da zona euro que tenha problema de dívida soberana. Temos que pensar nisso”, sublinhou Carlos Tavares.

Opinião partilhada por Joaquim Pina Moura, presidente da Iberdrola Portugal, que apontou a situação espanhola como sendo “ameaçadora” para Portugal.

“Portugal é um país pequeno que depende de terceiros para o seu crescimento económico. É importante aqui, por isso, que se inove”.
Palavras-chave Portgal em Exame, eleições, conferência, Ideias para um pacto de crescimento, Economia

Liliana Coelho (Rede Expresso)
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