Prémio para quem arrisca pelos monumentos sírios

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Foto mostra imagem do minarete da mesquita de Umayyad, na histórica cidade de Aleppo, antes de ter sido destruído pela guerra civil em abril de 2013

O ex-ministro da Cultura italiano Francesco Rutelli, e o arqueólogo Paolo Matthiae, que fez da Síria a sua segunda pátria, são os mentores de uma nova campanha em defesa do património cultural daquele país, que inclui a realização de uma exposição de arte em Roma e a criação de um prémio que distinga os ‘guardiães’ dos monumentos ameaçados pela guerra civil.

O prémio, no valor de dez mil euros, vai ser atribuído já em 2014 por um júri internacional que distinguirá uma pessoa individual ou coletiva que trabalhe para a defesa da arte e monumentos sírios.

Roma é a cidade escolhida para acolher a exposição “Síria: Esplendor e Drama”. “Ninguém fala dos danos contra um dos maiores tesouros culturais do mundo”, alerta Francesco Rutelli, que atualmente preside ao Instituto de Diplomacia Cultural de Berlim.

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Este instituto e a Priorità Cultura, com sede em Itália, vão apoiar esta campanha que denuncia a destruição – entre outros monumentos – do “suq” e da mesquita medieval de Aleppo, uma das cidades mais antigas do mundo que se estima ter sido fundada seis mil anos antes de Cristo.

O prémio para os ‘guardiães’ do património no terreno é uma alusão ao filme “The Monuments Men”, que estreia em Portugal a 20 de fevereiro com o título “Caçadores de Tesouros”. Este filme inspira-se numa história verídica sobre peritos norte-americanos e britânicos que arriscaram a vida para impedir a destruição de obras de arte europeias e seguir o rasto das peças saqueadas pelos nazis na Segunda Guerra Mundial.

Esta campanha de Rutelli e Matthiae quer premiar a coragem de quem faça o mesmo com o património sírio.

Dez mil monumentos vandalizados

O tráfico de obras de arte agrava ainda mais os estragos inflingidos pela guerra civil ao valiosíssimo património sírio. Francesco Rutelli calcula que até agora tenham sido danificados ou saqueados dez mil monumentos e 40 museus .

Claro que “o drama humano que se desenrola na Síria nos toca profundamente: os milhares de vítimas, os refugiados… mas isso não é motivo para ignorar o drama” [do património], acrescenta o presidente do Instituto da Diplomacia Cultural de Berlim.

“No Iraque, houve polícia a proteger o património cultural. Porque não fazem o mesmo na Síria?”, interroga-se Rutelli.

Na sequência do anúncio desta campanha a UNESCO apoiou este projeto de Rutelli e Matthiae. Rutelli quer agora que os governos europeus se envolvam na defesa do património cultural que ainda pode ser preservado na Síria.

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