Com turmas e horários feitos, o novo ano letivo está à porta. Mas milhares de professores continuam à espera de saber se ficam colocados. Uma carreira cada vez mais difícil.
É cada vez mais difícil conseguir ser professor nas escolas públicas. Com o número de candidatos a ultrapassar em larga escala o total de vagas disponibilizadas, as perspectivas de um recém-licenciado conseguir um contrato (já não falando sequer de um lugar no quadro) são remotas.
“Não tenho colegas com menos de trinta e tal anos. Os mais novos dificilmente conseguem um contrato”, afirma Pedro Fonseca, professor contratado há 14 anos, um os muitos a aguardar o resultado dos novos concursos, para saber se este ano escapa ao desemprego.
Estando na posição 7 como docente de Geografia tem esperança de ficar com um horário numa escola na zona da sua preferência, mas até ontem, quarta-feira, o seu futuro continuava em aberto, pendente dos resultados que o Ministério da Educação tarda em anunciar, apesar de faltarem dois dias para o início do novo ano letivo.
Pedro Fonseca não é o único a estar desiludido com um sistema “em constante mudança”, que prejudica mesmo quem já provou o que vale no ensino.”Nunca sabemos com o que contar, as regras estão sempre a ser alteradas”, desabafa, ao mesmo tempo que fala dos projectos futuros: um mestrado na área da Educação, porque, apesar de tudo, é realmente esta a sua área de vocação e de eleição.
Para quem já está no quadro, progredir na carreira tem sido também impossível. A carreira está estruturada em dez escalões, mas depois de um primeiro período com as progressões congeladas, entre 2005 e 2007, os professores estão novamente a “marcar passo” desde 2011.
No caso dos professores contratados, a dúvida é ainda maior, já que neste momento, segundo a FNE, falta perceber em que escalão ficará um docente com vários anos de serviço no caso de conseguir um lugar no quadro. É contada a experiência anterior, ou terá de iniciar a carreira sempre no primeiro escalão?
Frank Canady liked this on Facebook.