O PSD desmente ser responsável por um buraco de 3000 milhões de euros nas contas da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em reação às declarações do ministro das Finanças, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à Caixa, António Leitão Amaro, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, acusa o ministro de “misturar tudo”, prejudicando ainda mais a imagem do banco público.
“Uma coisa é haver um desvio nas previsões de rentabilidade do banco. Outra coisa é perceber quem são os responsáveis por milhões de imparidades”, afirma Leitão Amaro em declarações ao Expresso. “É inacreditável a forma como o ministro misturou tudo, posicionando-se como um fator de risco e insegurança, quando o que devia ter feito é dado uma mensagem de confiança sobre a Caixa”, acrescenta.
O dirigente do PSD diz que “o que é preciso esclarecer é quais são as verdadeiras necessidades de capital da CGD, não é arranjar desculpas para esconder os cinco milhões de imparidades dos tempos dos Governos PS”. E acusa o ministro das Finanças de “vir dar mais uma machada na credibilidade do banco do Estado.
Fonte da direção do partido próxima de Pedro Passos Coelho comenta, por seu lado, que o que as declarações de Mário Centeno mostram é que “há um desespero muito grande do PS com esta comissão de inquérito, e se não fosse o PSD a recorrer a um direito potestativo nunca haveria inquérito à Caixa”.
Sobre o alegado buraco de 3000 milhões de euros que o ministro diz ter sido uma surpresa, a mesma fonte comenta: “O ministro é que é em si mesmo um buraco”. A convicção na direção social-democrata é que, incomodados com este inquérito, os socialistas vão atuar na base “guerra é guerra”.
Ângela Silva (Rede Expresso)