Com a transferência para a Suécia de um primeiro grupo de 20 eritreus, a União Europeia faz arrancar esta sexta-feira o muito discutido programa de “recolocação”, ao abrigo do qual 120 mil refugiados serão distribuídos pelos diferentes Estados-membros.
A partida deste grupo, prevista para as primeiras horas da manhã, desde Roma, é encarada pelos representantes europeus como uma ocasião simbólica. “Um dia histórico”, segundo o comissário para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos, ainda que em Bruxelas a porta-voz para a mesma pasta tenha sublinhado esta semana estar-se diante “apenas de um primeiro passo”.
“Estamos hoje a mostrar solidariedade”, acrescentou esta sexta-feira Dimitris Avramopoulos, “mas temos também de mostrar responsabilidade”. O comissário deixou um apelo à Itália e à Grécia, para que apressem o trabalho das suas equipas junto dos centros de registo e identificação dos migrantes, etapa crucial para fazer a triagem e definir os destinos de quem procura um lugar na Europa.
O acolhimento acordado pela União Europeia, pensado para dar resposta a quem foge da Síria, Iraque, Eritreia e República Centro-Africana, pressupõe uma cuidada análise de cada caso, para que seja feita a distinção entre “refugiados políticos” – os que poderão ter direito ao estatuto de refugiado – e “imigrantes económicos”, que terão de regressar aos seus países de origem.
Em relação à Suécia, os 20 eritreus são a primeira leva dos 821 refugiados que o país concordou receber, dos que chegaram a Itália em meados de agosto, além de estar acordado o acolhimento de mais 548, atualmente em território grego.
Desconhece-se, por enquanto, o número de refugiados a deslocar durante as próximas semanas.
RE