O reitor da Universidade do Algarve, António Branco, iniciou o seu mandato há cinco meses, no meio de uma das piores crises financeiras vivida pela universidade nos seus 35 anos de existência. Em entrevista ao JA, o reitor alerta que a instituição não pode suportar mais cortes no financiamento, advertindo que “qualquer empresa privada sujeita a este tipo de instabilidade já teria fechado as portas há muito tempo”. António Branco revela ainda que há “muitos sinais” de estudantes e funcionários a viver no “limiar da pobreza” ou que já o ultrapassaram
António Branco está muito preocupado com o futuro da Universidade do Algarve, devido aos cortes orçamentais que se veem agravando nos últimos anos e que estão a deixar as instituições numa situação difícil.
Atualmente, a universidade conta com mais de nove mil alunos inscritos e 590 docentes, sendo que uma grande parte dos professores está em situação precária, com contratos a prazo de três meses, seis meses ou um ano.
Em entrevista ao JA, o reitor refere que os cortes nas universidades públicas são “brutais” e estão a afetar a qualidade do ensino. “Dada a brutalidade desses cortes, dificilmente eles não afetariam a qualidade do ensino. Apesar disso, trabalhamos diariamente para atenuar ao máximo esse impacto negativo, graças à enorme dedicação de docentes e funcionários”, salienta, sublinhando que os cortes orçamentais também limitam a capacidade de gestão da instituição.
“Neste momento, ainda não conhecemos o montante final da dotação do Orçamento de Estado para 2014, visto que ainda aguardamos que o próximo Orçamento Retificativo venha corrigir o erro cometido no cálculo dos cortes nos vencimentos de docentes e funcionários: não sabemos quando isso acontecerá e não sabemos que contas o Governo apresentará. Qualquer empresa privada sujeita a este tipo de instabilidade já teria fechado as portas há muito tempo”, protesta António Branco…
(Toda a reportagem na próxima edição do JA – dia 1 de maio)
NC/JA
