Após uma paragem motivada por dificuldades financeiras, a revista do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) está de regresso. O sexto número da «Atlântica» surge agora num formato mais pequeno e barato, uma forma que os responsáveis encontraram para manter a publicação cultural em tempos de crise. Desta forma, o ICIA continua a garantir uma ponte entre Portimão e as comunidades ibero-americanas espalhadas pelo mundo
A Casa Manuel Teixeira Gomes foi palco, no passado sábado, Dia da Cidade de Portimão, da apresentação do sexto número da revista Atlântica de cultura ibero-americana.
Esta publicação foi lançada pela primeira vez no outono de 2004, pelo Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA), que se viu forçado a interromper o projeto, entre 2007 e 2009, devido a dificuldades financeiras.
“Os elevados custos que a revista comportava levaram-nos a repensar o projeto e acabámos por optar por um formato portátil, uma espécie de revista de bolso, mais barata mas que não perde a qualidade estética e dos conteúdos”, adiantou a presidente do ICIA, Maria da Graça Ventura.
Segundo o diretor da revista, João Ventura, o novo formato da Atlântica “foi o modo encontrado para responder à crise com os meios escassos de que dispomos”.
“Este é um formato à medida das nossas possibilidades”, frisou o responsável editorial, acrescentando que a nova Atlântica assemelha-se a “um caderno de viagens que tem partida na cidade de Portimão e é lançada ao mar numa travessia atlântica, até aos povos e lugares do outro lado do oceano”, nomeadamente Brasil, Argentina e México.
Este sexto número da Atlântica tem ainda uma referência especial a Manuel Teixeira Gomes, no mês em que se encerram as comemorações dos 150 anos do seu nascimento em Portimão (1860).
Aproximar os povos ibero-americanos
Maria da Graça Ventura explicou que a ideia de fazer uma revista de cultura ibero-americana a partir de Portimão nasceu há cerca de 15 anos, depois da realização das jornadas de história ibero-americana, sobre viagens e viajantes, onde participaram pessoas de todo o país.
“A ideia era organizar eventos de grande qualidade ao nível cultural e científico, que normalmente nunca se realizam fora de Lisboa. Depois disso, realizámos vários encontros com investigadores e escritores de diversos países, conseguindo assim unir Portugal, Espanha, Itália, Brasil, Argentina e outros países da América Latina”, referiu.
A presidente do ICIA explicou que a revista é, deste modo, “um contributo para a aproximação dos povos ibero-americanos”.
No final, Maria da Graça Ventura revelou que o ICIA está a trabalhar num novo projeto complementar à Atlântica, que passa pelo lançamento de outra revista, dedicada desta vez ao espaço do Mediterrâneo, também ele muito ligado à história do município e da região algarvia. “Vai chamar-se revista Meridional e já está em construção”, adiantou.
NC/JA
Fotos: João Porfírio