O Senado italiano retirou esta quarta-feira o lugar de senador ao ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi depois de ter sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal.
O Senado, a câmara alta do Parlamento italiano, rejeitou nove propostas apresentadas por vários senadores para que não fosse aplicada a Berlusconi a chamada “lei Severino” aprovada pelo anterior Governo liderado por Mario Monti, que estabelece a expulsão do Parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão.
A decisão de afastar Berlusconi foi anunciada pelo presidente do Senado, Pietro Grasso. A medida contou com o apoio, entre outros, do Partido Democrata do atual primeiro-ministro italiano Enrico Letta, do Movimento 5 Estrelas do comediante Beppe Grillo e do grupo Eleição Cívica do ex-primeiro-ministro Mario Monti.
Votaram contra, entre outros, o Forza Italia, partido do antigo governante, a Liga Norte e os antigos parceiros políticos do ‘Il Cavaliere’, o grupo Novo Centro-Direita, liderado pelo vice-primeiro-ministro italiano e ‘delfim’ político de Berlusconi, Angelino Alfano.
“É um dia amargo, um dia de luto”, afirmou Silvio Berlusconi, com a mão sobre o coração, dirigindo-se aos seus apoiantes concentrados em Roma. “É um dia de luto para a lei, para o Direito, para a democracia”, repetiu o antigo governante, diante de milhares de apoiantes.
Na segunda-feira, Berlusconi, de 77 anos, anunciou que ia pedir a revisão deste processo, afirmando que detinha novos documentos sobre o caso.
A decisão representa um duro revés para “Il Cavaliere”, mas não significa o seu afastamento da vida política, esperando-se que continue a influenciar os meios políticos em Itália e a manter fieis seguidores.
Mafalda Ganhão (Rede Expresso)